sábado, 10 de abril de 2021

Iniciativa privada nas navegações portuguesas

 

Oliveira Marques aponta que em todas as viagens realizadas em 1415 e 1460 (data da morte do infante) apenas um terço foi realizada sobre iniciativa do infante D. Henrique o que mostra não havia propriamente um plano de expansão organizado desde seu início[1]: “a expansão portuguesa foi essencialmente  uma empresa estatal, a que não se mostraram indiferentes interesses e iniciativas particulares”. [2] Já no século XIII dois navegadores genoveses, os irmãos Vivaldi, zarparam de Gênova para atingir a Índia pelo oceano.[3] Segundo Roberto Lopez o domínio dos genoveses nas navegações no século XIV era dominante tanto em Portugal como em Castela: “genoveses eram os carpinteiros, genoveses os fabricantes de bestas, genoveses os armígeros, genoveses os mestres de fazer remos, genoveses os navegantes, genovesas algumas das enxárcias usadas, tudo era genovês”.[4] Segundo Charles Verlinden: “a colonização portuguesa não foi, desde o início uma colonização sujeita ao monopólio régio. Muitas das empresas coloniais montadas por Dom Henrique, o Navegador, foram sociedades de participação múltipla”.[5]

[1]MARQUES, Oliveira. Brevíssima história de Portugal, Rio de Janeiro: Tinta da China, 2016, p. 53

[2] MARQUES, Oliveira. Brevíssima história de Portugal, Rio de Janeiro: Tinta da China, 2016, p. 84

[3] GIMPEL, Jean. A revolução industrial da Idade Média, Rio de Janeiro:Zahar, 1977, p.167

[4] HOLANDA, Sérgio Buarque de. Visões do Paraíso, São Paulo: Brasiliense, 2000, p. 405

[5] HOLANDA, Sérgio Buarque de. Visões do Paraíso, São Paulo: Brasiliense, 2000, p. 401


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