Thomas Morus relata que com a descoberta da America e do Novo Mundo, o aspecto psicológico do homem do Renascimento trouxe uma nova dimensão as superstições do passado: “No todo o Renascimento não foi uma era racionalista. Homens como Leonardo da Vinci e Pomponazzi, o filósofo, foram exceções a regra. Por outro lado, os homens do Renascimento não foram realmente místicos que se perdiam em maio ao sobrenatural. Ao invés disso eram surrealistas, que projetavam a tradição antiga e os produtos de sua própria imaginação na realidade e fazendo assim aumentavam seu campo de visão sem jamais abandonar o plano do real. Os fabulosos animais da antiguidade agora assumem uma realidade que nunca tiveram na idade média. Todas as formas são admitidas na zoologia, onde foram contabilizadas como reais com qualquer outro animal que tenha sido visto de fato. O basilisco, o fênix egípcio, o grifon, a salamandra, surgiram na Renascença. As três sereias mencionadas por Colombo também caem nessa categoria surrealista, ao invés da classe de uma superstição primitiva exemplificada como homens marinhos. Colombo assegura que viu alguns saltando do mar diante de seus próprios olhos”. [1] Segundo o diário de bordo de Colombo: “o Almirante viu três sereias saltando bem alto do mar porém não eram tão bonitas como as pintam, e de alguma maneira tinham os rostos de homem”. Um cronista anônimo da viagem de James Lancaster em 1601 descreve com naturalidade o avistamento de duas sereias, supostamente macho e fêmea, em alto mar entre o cabo da Boa Esperança e a ilha de Santa Helena, para os navegadores um sinal de tormenta forte à vista.[2]
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