Em 1883 André Rebouças destacava o papel da
modernização na extinção da escravidão.[1] Convidado
a um sarau dançante no palácio imperial, o engenheiro negro André Rebouças teria sido recusado por várias senhoras para uma dança ao que o Conde D’Eu atravessou o salão para buscá-lo para fazer par com a princesa Isabel e assim poder dançar diante de todos em um desafio a uma sociedade escravocrata e preconceituosa. Em seu diário André Rebouças explica que essa versão foi inventada por um pequeno jornal da época Os ladrões de Casaca, quando na verdade ele dançou com senhoras de primeira nobreza da Corte como a Senhora Viscondessa de Lajes.[2] Para
André Rebouças: “é necessário aplicar à
indústria de produção e preparação do café a liberdade humana, o primeiro e
mais enérgico agente do progresso”.[3] Segundo
André Rebouças "Devemos a um filho
da grande República, ao infatigável Engenheiro Mecânico – William Van Vleck
Lidgerwood – a iniciativa de todos os melhoramentos introduzidos, nestes
últimos anos, nos mecanismos de beneficiar café”. Ao discursar na Escola
Politécnica no dia da assinatura da lei Áurea André Rebouças: “Foi a Escola Politécnica quem doutrinou a
abolição. O futuro pertence aos filhos desta Escola. A Escravidão durou três
séculos. A triangulação do Brasil vai durar também três séculos, a divisão de
terra, as estradas, os canais, os caminhos de ferro, os rios navegáveis, os
portos do mar serão feitos por vós. Aos engenheiros todo o trabalho da
constituição da democracia rural brasileira. Viva a Escola Politécnica”.[4]
[1] REBOUÇAS, A.
Agricultura nacional: estudos econômicos. Rio de Janeiro: Typographia A. J.
Lamoreux, 1883.
[2] LACOMBE, Lourenço Luiz. Isabel a princesa redentpra, Petrópolis: Instituo
Histórico de Petrópolis, 1989, p.166
[3] GRAHAM, Richard. Grã
Bretanha e o início da modernização no Brasil 1850-1914, Rio De Janeiro:
Brasiliense, 1973, p. 168
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