Tania
Lima[1] interpreta emblemas encontrado nos fundos dos cadinhos usados nos séculos XVIII
e XIX na casa da Moeda (atual Paço Imperial no Rio de Janeiro) de proveniência
europeia como um reconhecimento de um símbolo da maçonaria, o que mostra que o
simbolismo dos cadinhos fizeram deles um suporte ideal para a difusão da
ideologia maçônica. A Casa da Moeda funcionou na Bahia de 1695 a 1698 sendo
transferida para o Rio de Janeiro[2].
As marcações eram feitas em sua origem e muito possivelmente a Casa da Moeda
desconhecia o significado destas marcações.
A má qualidade das moedas produzidas na época certamente favoreceu a atuação
dos falsários. Na Bahia entre os anos de 1823 e 1829 há a preponderância da
circulação de moedas falsas de cobre que compunham a quase totalidade do meio circulante,
o que foi possível graças a incapacidade do governo em reprimir a produção e em
sustar sua inserção na circulação. Segundo Alexander Trettin: "Na Bahia, a partir de 1826, o governo
provincial, representante do poder do Imperador, se viu forcado pelas
circunstancias a dar livre curso as moedas falsas de cobre. Demonstrando
claramente sua incapacidade de impor o monopólio sobre o sistema monetário e de
reprimir efetivamente a produção das moedas falsas que inundavam a praça
comercial da Província. Numa curiosa inversão, o Estado, ao invés de coibir a
circulação de moedas falsas, passou a aceitá-las".[3]Com
relação aos cadinhos com marcações maçônicas encontrados em espaço oficiais,
como a Casa da Moeda, no Rio de Janeiro, a Casa dos Contos, em Minas Gerais, a
Casa de Fundição do Ouro, em Goiás, não há qualquer conexão com a hipótese de
um membro da maçonaria estar falsificando dinheiro para custear sublevações no
Brasil. Provavelmente o fabricante que os produzia na região da Boêmia,
valia-se do símbolo do quatro de cifra para marcar seus produtos, assim como
tantos outros artesãos e manufaturas o faziam.
[1] LIMA, Tania Andrade.
Alquimia, Ocultismo, Maçonaria: o ouro e o simbolismo hermético dos cadinhos
(séculos XVIII e XIX). Anais do Museu Paulista. São Paulo. N. Sér. v. 8/9. p.
9-54 (2000-2001)
[2]SIMONSEN, Roberto.
História Econômica do Brasil, São Paulo:Cia Editora Nacional, 1962, p.224
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