Cesare Cantu contesta o argumento de que os romanos pouco se interessavam por filosofia e se baseia no argumento de Vico de que a língua latina possui diversas expressões que denotam seu sistema metafísico, de física e de moral. Outro elemento que aponta para um interesse em temas filosóficos é o avanço na jurisprudência e no direito romano que se funda em princípios muito mais antigos reunidos mais tarde na legislação das Doze Tábuas (450 a.c): “não temos pois, diante de nós, uma filosofia de escola, como na Grécia e na Alexandria; a filosofia romana é inteiramente prática, dirigida pela ciência da vida”.[1] Os versos de Horácio (na figura) (Orazio, Epistole, Il, 1, 156)[2] relembram constantemente que embora Roma tenha vencido a Grécia pelas armas, mas que se curvou à cultura helênica: Graecia capta ferum victorem cepit et artes intulit agresti Latio – A Grécia vencida conquistou, por sua vez, seu selvagem vencedor e trouxe a civilização ao rústico Lácio[3]. Numa carta de Plínio enviada a seu amigo Máximo que viajara à Grécia ele destaca “Demonstra respeito para com a Antiiguidade de sua cultura e seus grandes feitos, porém não menos com seus mitos. Tem sempre presente, além disso, que é o país que nos ensinou a Lei e o Direito, que não impusemos leis a esse povo depois de vencido, antes, ao contrário, foi ele que nos deu as suas depois que o pedimos”.[4]
[1] CANTU, Cesare. História
Universal, v. IV, São Paulo:Editora das Américas, 1958, p.183
[2] https://it.wikipedia.org/wiki/Graecia_capta_ferum_victorem_cepit
[3] BEARD, Mary. SPQR: uma história da Roma Antiga, São Paulo: Planeta, 2010, p. 490
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