quinta-feira, 4 de março de 2021

Renascimento em Portugal

 

Oliveira Marques destaca o vigor da cultura portuguesa ainda na segunda metade do século XVI e primeira metade do século XVII quando obras (exceto nas ciências) como as de Luís de Camões (1524-1580) autor dos Lusíadas, considerado ao maior trunfo literário português no Renascimento e aos molde da Eneida de Virgílio, o humanista Antonio Ferreira (1528-1569) autor de "Tragédia de Inês de Castro", o arquiteto e iluminador Francisco de Holanda (1517-1585), Diogo do Couto (1542-1616) historiador português e guarda-mor da Torre do Tombo de Goa, frei Luís de Sousa (1555-1632) autor da monumental obra "História de São Domingos", Francisco Rodrigues Lobo (1580-1622) poeta considerado o iniciador do Barroco na literatura portuguesa autor de Primavera e O Pastor Peregrino, D. Francisco Manuel de Melo (1608-1666) escritor autor do texto moralista da Carta de Guia de Casados ou a peça de teatro Fidalgo Aprendiz, o poeta frei Antonio das Chagas (1631-1682), o artista e pintor Nuno Gonçalves pintos da corte de Afonso V autor de O políptico de São Vicente (1465) (na figura) e o padre Antonio Vieira (1608-1697) escritor do barroco brasileiro e português autor de mais de 200 sermões. Na arquitetura destaca-se o Mosteiro da Batalha com o estilo manuelino. C. Black mostra que o século de 1480 e 1580 caracteriza-se por um extraordinário florescimento da vida cultural e artística em Portugal e Espanha.[1] Os burocratas e prelados de Portugal mantinham contato com eruditos florentinos e livreiros como Vespasiano da Bisticci. Vasco Fernandes de Lucena (1410-1495) serviu a três reis portugueses e manteve correspondência com o humanista florentino Poggio Bracciolini em 1430 que denominou de “descobrimentos” as conquistas marítimas portuguesas. D. João III transferiu a universidade de Lisboa para Coimbra em 1537 onde inaugurou o Colégio das Artes que se destacou pela inspiração humanista tendo recebido o escocês Jorge Buchman. Oliveira Marques destaca que exceto pelo padre Antonio Vieira é inegável que tal contribuição declinou no século XVII.[2]



[1] BLACK, C. o mundo do Renascimento V.II, Madrid: Edições del Prado, 1984, p. 184-203

[2] MARQUES, Oliveira. Brevíssima história de Portugal. Rio de Janeiro: Tinta da China , 2016, p.102



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