Oscar Matsuura aponta a instalação do observatório
holandês em Pernambuco como um dos primeiros exemplos de transferência de
instrumentos científicos entre a Europa e as Américas. No livro Progymnastica
Mathematica Americana, inspirado na obra de Kepler, Marggrafe tinha como
objetivo apresentar os resultados de suas observações astronômica realizadas em
Pernambuco (1638-1643) e em Angola, incluindo as medições sobre os planetas Mercúrio
de Vênus, no entanto sua morte prematura em 1644 não permitiu que concluísse o
trabalho. John North mostra que Marggrafe usou o observatório de Leiden e o de
Uraniborg de Tycho Brahe como modelo para construir o observatório de Recife. A
principal função dos observatórios desta época era a medição da posição dos
astros (efemérides) o que podia ser realizado com uso de instrumentos tais como
o quadrante de grandes proporções bem como sextantes feitos em madeira. Para contagem
do tempo, como não haviam relógios de pêndulos, eram usados clepsidras. Os telescópios
ainda eram mera curiosidade. Marggrafe usava um tubus opticus, um
pequeno telescópio de refração [1]
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