quinta-feira, 11 de março de 2021

O observatório de Recife no tempo de Nassau

 

Oscar Matsuura aponta a instalação do observatório holandês em Pernambuco como um dos primeiros exemplos de transferência de instrumentos científicos entre a Europa e as Américas. No livro Progymnastica Mathematica Americana, inspirado na obra de Kepler, Marggrafe tinha como objetivo apresentar os resultados de suas observações astronômica realizadas em Pernambuco (1638-1643) e em Angola, incluindo as medições sobre os planetas Mercúrio de Vênus, no entanto sua morte prematura em 1644 não permitiu que concluísse o trabalho. John North mostra que Marggrafe usou o observatório de Leiden e o de Uraniborg de Tycho Brahe como modelo para construir o observatório de Recife. A principal função dos observatórios desta época era a medição da posição dos astros (efemérides) o que podia ser realizado com uso de instrumentos tais como o quadrante de grandes proporções bem como sextantes feitos em madeira. Para contagem do tempo, como não haviam relógios de pêndulos, eram usados clepsidras. Os telescópios ainda eram mera curiosidade. Marggrafe usava um tubus opticus, um pequeno telescópio de refração [1]

[1] MATSUURA, Oscar; ZUIDVERVAART, Huib. America’s earliest (European style) astronomical observatory, founded and used by Georg Marggrafe in Dutch colonial Brazil, 1638-1643. In: GRANATO, Marcus; LOURENÇO, Marta. Scientific instruments in the history of science, Rio de Janeiro, MAST, 2014



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