O domínio de metalurgia dos povos bárbaros medievais se manifesta, por exemplo, nas coroas dos reis visigóticos, no frontal de cobre de Agilulfo/Agilolfo do século VII (na figura) ou nos sarcófagos merovíngios de Jouarre.[1] Estruturas de rolamentos datadas do ano 100 a.c. foram encontradas na Dinamarca feitas em madeira e bronze.[2] Frances Gies aponta a técnica dos povos germânicos do século II capazes de construir armaduras de metal reforçadas por soldagem em camadas resultando em chapas excepcionalmente duras e resistentes ainda que o resultado da operação fosse bastante incerto e por esta razão tais trabalhos considerados raridades.[3] Um escudo em bronze encontrado nas margens do rio Tâmisa na Inglaterra datado do primeiro século a.c. mostra uma técnica apurada. Ainda assim Jacques le Goff entende que o saldo das invasões bárbaras é de declínio na técnica: “mas o retrocesso das técnicas, dos meios econômicos, do gosto, é perceptível por toda a parte. Tudo se apequena. Os edifícios são na sua maioria das vezes construídos em madeira; os que o são em pedra, com frequência extraída de monumentos antigos em ruínas, são de pequenas dimensões. O essencial do esforço estético refere-se á decoração que dissimula á indigência das técnicas de construção. A arte de talhar as pedras, os altos relevos e a representação da figura humana desaparecem quase totalmente”.[4]
[1] LE GOFF, Jacques. A
civilização do Ocidente Medieval. Rio de Janeiro:Vozes, 2016, p. 106
https://fr.wikipedia.org/wiki/Cryptes_de_Jouarre
[2] HODGES, Henry. Technology in the ancient world, New York: Barnes &
Noble Books, 1970, p. 243
[3] GIES, Frances & Joseph. Cathedral,
forge and water wheel, New York:Harper Collins, 1994, p.32
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