sábado, 13 de março de 2021

O mapa de Martellus, 1489

 

Na Geografia de Ptolomeu ele não acreditava que o Atlântico pudesse se comunicar com as Índias, o oceano Índico era visto como um mar interno.[1] A obra de Ptolomeu foi introduzida no Ocidente  pela tradução  de Manuel Chrysoloras e Jacobo Angiolo em 1475 sem os mapas e em 1477 com os mapas.[2] Luís de Albuquerque por esta razão aponta que as carta-portulanos anteriores a estas traduções não foram elaborados com base nestes conhecimentos de Ptolomeu.[3] O cartógrafo Fra Mauro ao defender que o continente africano poderia ser circumnavegado se colocava como arrojado, pois o consenso baseado em Ptolomeu era de que não seria possível um contato entre o Atlântico e o Índico. A representação da África pelo planisfério do cartógrafo germânico Henricus Martellus[4] de 1489, baseado na viagem de Bartolomeu Dias no ano anterior, que contornou o cabo da Boa Esperança, mostra contornos que desfazem algumas das concepções de Ptolomeu onde o Índico já não é visto como um mar interno e a Àfrica é desenhada no formato de uma bota invertida. [5]



[1] CANTU, Cesare. História Universal, v. IV, São Paulo:Editora das Américas, 1958, p.130

[2] RANDLES, W. Da terra plana ao globo terrestre, Campinas: Papirus, 1994, p. 27

[3] ALBUQUERQUE, Luís de. Ciência e experiência nos descobrimentos portugueses, Lisboa: Biblioteca Breve, 1983, p. 16

[4] http://www.mapas-historicos.com/henricus-martellus.htm

[5] ALBUQUERQUE, Luís de. Ciência e experiência nos descobrimentos portugueses, Lisboa: Biblioteca Breve, 1983, p. 64



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