sexta-feira, 12 de março de 2021

Manolo Florentino e a crítica à historiografia colonial

 

Historiadores como Ciro Flamarion Cardoso, Jacob Gorender, Antônio Barros de Castro, Stuart Schwartz e Manolo Florentino e João Fragoso apontam um maior peso para o mercado interno e para as formas específicas de reprodução da riqueza colonial e que desfaz a imagem de um sistema econômico constituído basicamente por grandes fazendas escravistas na monocultura de açúcar ligadas à exportação.[1] As colônias portuguesas mantinham um intercâmbio de produtos à margem dos domínios das economias centrais da Europa de modo que o Brasil não somente comprava tecidos europeus mas das colônias portuguesas na Índia. Segundo João Fragoso a abertura ao comércio inglês viria apenas com a abertura dos portos em 1808: “cabe aqui lembrar que tal movimento de mercadorias se dava em plena Revolução Industrial, ou seja, num momento em que a Europa, em particular a Inglaterra necessitava mais do que nunca de mercados para suas manufaturas. O que acabamos de afirmar nos obriga a, pelo menos, duas reflexões: a primeira diz respeito ao redimensionamento do império ultramarino português, como pano de fundo da economia colonial. A segunda prende-se aos esquemas explicativos sobre a chamada economia internacional na virada do século XVIII, em geral centrados na plena hegemonia da Europa”.[2]

[1] FRAGOSO, João; FLORENTINO, Manolo; FARIA, Sheila de Castro. A economia colonial brasileira (séculos XVI-XIX), São Paulo:Atual Editora, 1998, p.2, 52

[1] FRAGOSO, João; FLORENTINO, Manolo; FARIA, Sheila de Castro. A economia colonial brasileira (séculos XVI-XIX), São Paulo:Atual Editora, 1998, p.116



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