Historiadores como
Ciro Flamarion Cardoso, Jacob Gorender, Antônio Barros de Castro, Stuart
Schwartz e Manolo Florentino e João Fragoso apontam um maior peso para o
mercado interno e para as formas específicas de reprodução da riqueza colonial
e que desfaz a imagem de um sistema econômico constituído basicamente por
grandes fazendas escravistas na monocultura de açúcar ligadas à exportação.[1] As colônias portuguesas mantinham um intercâmbio de produtos à margem dos
domínios das economias centrais da Europa de modo que o Brasil não somente comprava
tecidos europeus mas das colônias portuguesas na Índia. Segundo João Fragoso a
abertura ao comércio inglês viria apenas com a abertura dos portos em 1808: “cabe aqui lembrar que tal movimento de
mercadorias se dava em plena Revolução Industrial, ou seja, num momento em que
a Europa, em particular a Inglaterra necessitava mais do que nunca de mercados
para suas manufaturas. O que acabamos de afirmar nos obriga a, pelo menos, duas
reflexões: a primeira diz respeito ao redimensionamento do império ultramarino
português, como pano de fundo da economia colonial. A segunda prende-se aos
esquemas explicativos sobre a chamada economia internacional na virada do
século XVIII, em geral centrados na plena hegemonia da Europa”.[2]
[1] FRAGOSO, João;
FLORENTINO, Manolo; FARIA, Sheila de Castro. A economia colonial brasileira
(séculos XVI-XIX), São Paulo:Atual Editora, 1998, p.2, 52
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