Prédios de
apartamentos conhecidos como insulaes
foram construídos em Roma com vários andares, no entanto, devido às fundações
feitas com tijolo, eram causa de muitos desmoronamentos a ponto que Trajano (27
a.c – 14 d.c) limitar as insulaes a
20 metros ou 70 pés romanos, enquanto que um século mais tarde Trajano reduziu
sua altura a 60 pés. [1] As
insulae eram comuns em Roma e no porto de Óstia. O epitáfio de um ex escravo
inquilino chamado Ancarenus Nothus reflete o lamento pelas condições difíceis
de moradia ao morrer: “Não estou mais preocupado se vou morrer de fome.
Estou llivre de dores nas pernas e de ter de pagar o aluguel. Tenho comida e
casa de graça por toda a eternidade”.[2] Como não
haviam elevadores, quanto mais alto os andares mais pessoas viviam em condições
próximas a de favelas.[3] Juvenal descreve
as condições inadequadas dos que moravam nos andares mais altos quando
comparado ao primeiro andar piano mobile: “sem nada para protegê-los
da chuva senão as telhas”. Nos três primeiros séculos do império as olarias
imprimiam carimbos nos tijolos indicando o nome do proprietário da terra em que
eram feitos, o nome do oleiro e às vezes dos cônsules em exercício [4]. Muitas
destas inscrições foram úteis para datação dos monumentos romanos como o
Pantheon construído entre 118 e 128 d.c sob Adriano [5]. As
ruínas mais bem conservadas foram encontradas na rua principal de Óstia, a
Decanus Maximus.[6] Uma pesquisa do ano 300 sobre as habitações dos romanos revelou um total de
1797 domus e 46602 insulae [7].
[1]READERS'S DIGEST. Da
idade do ferro à idade das trevas: de 1200 a.c. a 1000 d.c, Rio de Janeiro,
2010, p.115
[2] BEARD, Mary. SPQR: uma história da Roma Antiga, São Paulo: Planeta, 2010, p. 441
[3] FUNARI, Pedro. Grécia e
Roma, São Paulo:Contexto, 2004, p.110
[4] BOORSTIN, Daniel. Os
criadores, Rio de Janeiro:Civilização Brasileira, 1995, p.145
[5] BOORSTIN, Daniel. Os
criadores, Rio de Janeiro:Civilização Brasileira, 1995, p.165
[6] Time Life. Roma: ecos
da glória imperial, Rio de Janeiro:Abril, 1998, p. 57
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