A escravatura aumentava o tempo livre dos romanos que
tinham em grande conta a ociosidade.[1] Cícero e
Sêneca exaltam o ócio como superior ao trabalho. Cícero critica os que precisam
trabalhar para ganhar a vida: “O dinheiro que vem de vender o seu trabalho é
vulgar e inaceitável para um cavalheiro, pois os soldos são efetivamente os grilhões da escravidão”.[2] Para
Sêneca (na figura) em Brevitate Vitae: soli omnium otiosi sunt qui sapientiae
vacant. - De todos, apenas aqueles
que têm tempo para a sabedoria têm tempo livre [3]. Sêneca
aponta que a maioria das invenções de sua época foram trabalhos de escravos, o
povo simples, os únicos interessados em tais assuntos:[4] “foi certamente a razão que inventou tudo
isto, mas não a verdadeira razão. Foi o homem, mas não o homem sábio que tudo
descobriu; da mesma forma que inventaram os barcos, nos quais se atravessa rios
e mares, barcos aparelhados com velas para aprisionar a força dos ventos, com
leme na popa para mudar a rota em uma ou outra direção”.
[1] KITTO, Humphrey Davey Findley. Os gregos. Coimbra:Armenio Amado,
1970, p. 222
[2] BEARD, Mary. SPQR: uma história da Roma Antiga, São Paulo: Planeta, 2010, p. 435
[3] CRUZ, Murillo. A norma
do novo: fundamentos do sistema de patentes na modernidade: filosogia, história
e semiótica. Rio de Janeiro, 1996. Tese Doutorado, Coppe/UFRJ, Engenharia de
Produção, p.40
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