O método de Arquimedes de incendiar embarcações com uso de espelhos durante o cerco de Siracusa, tal como relatado pelo grego Dídimo, é apontado como apócrifo pelos historiadores por não ter sido mencionado por Plutarco ou Políbio. [1] Experiências realizadas em 1774 por Buffon com uso de um prato côncavo contendo 168 espelhos mostraram a inviabilidade do método além de exigir a imobilidade dos navios por longo período para que o foco de luz se concentrasse exatamente no mesmo ponto.[2] Sprague de Camp destaca que a ineficiência de um sistema tão sensível ao alinhamento dos espelhos não conseguiria na prática mirar uma embarcação em movimento no mar.[3] Em 1973 Ioannis Sakas utilizou 50 enormes espelhos de bronze e demonstrou que seria viável incendiar uma embarcação pequena à distância.[4] Usher observa que nenhuma das obras de Arquimedes foi difundida na Europa latina antes do século XIV.[5] Aristófanes em sua obra As nuvens descreve passagem em que Strepsíades aconselha Sócrates a queimar as promissórias com uso de uma lente antecipando a lendária experiência de Arquimedes.[6] Há relatos do cerco de Constantinopla em 514 a.c que descrevem sistema similar. [7]
[1] THOMAS, Henry; THOMAS, Dana Lee. Living biographies of great
scientists, New York:Blue Ribbon Books, 1946, p.8
[2] CANTU, Cesare. História
Universal, v. IV, São Paulo:Editora das Américas, 1958, p.119
[3] CAMP, L. Sprague de. The ancient engineers, New York: Ballantine Books,
1963, p. 170
[4] MOURA, Rodrigo and
CANALLE, João Batista Garcia. Os mitos dos cientistas e suas controvérsias.
Rev. Bras. Ensino Fís. 2001, v.23, n.2, p.238-251.
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1806-11172001000200016
[5] USHER, Abbott. Uma
história das invenções mecânicas, Campinas:Papirus, 1993, p.133
[6] ALVAREZ, Lopez. O
enigma das pirâmides, São Paulo:Hemus, 1978, p.120
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