Segundo Moses Finley uma proporção significativa da atividade industrial e comercial em Roma era executada por escravos.[1] Embora o cinema em filmes como Espártaco tenha difundido a imagem de rebelião de escravos contra a escravidão, toda a evidência da Roma Antiga sugere que a escravidão era vista como uma instituição aceita como inevitável, até mesmo pelos escravos. Espártaco e seus companheiros possivelmente lutavam pela sua liberdade, mas não pelo fim da escravidão.[2] As grandes áreas agrícolas conhecidas como latifundium cultivadas por escravos em larga escala, foi uma inovação que foi fundamental para expansão da economia romana[3]. E foi nos latifundia romanos com os ergastulas, prisões de escravos rebeldes e cativos de guerras, em que houve o maior progresso com máquinas agrícolas: “o trabalho escravo especializado na Antiguidade era tão bom como quaisquer outros: vê-se isso claramente na cerâmica fina, no trabalho em metal ou nos edifícios monumentais”.[4] As pinturas de vasos de Atenas dos séculos VI e V a.c. assinadas por Colquídio ou “o Cita” certamente referem-se a escravos. Cólquidios é o nome antigo da região e dos povos negros naturais da Russia no oeste do Cáucaso, localizada ao longo da costa oriental do Mar Negro. Público Cipião ao buscar votos no século II a.c. ao se deparar com um trabalhador brincou: “Meu Deus, você por acaso anda com as mãos ?“ o que lhe valeu perder a eleição, como sinal de que o respeito ao trabalho braçal era um valor da sociedade. [5]
[1] FINLEY, Moses. Economia
e sociedade na Grécia antiga, São Paulo:Martins Fontes, 2013, p.142
[2] BEARD,
Mary. SPQR: uma história da Roma Antiga, São Paulo: Planeta, 2010, p. 244
[3] ANDERSON, Perry.
Passagens da antiguidade ao feudalismo, Porto: Afrontamento, 1982, p. 63
[4] FINLEY, Moses. Economia
e sociedade na Grécia antiga, São Paulo:Martins Fontes, 2013, p. 218
[5] BEARD, Mary. SPQR: uma história da Roma Antiga, São Paulo: Planeta, 2010, p. 189
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