terça-feira, 16 de março de 2021

Drogas do sertão

 

Uma riqueza que aqueceu o mercado interno na colônia foi a comercialização das chamadas drogas do sertão, denominação genérica que incluía cacau, gengibre, pimenta, algodão silvestre, salsaparrilha, baunilha, sementes oleaginosas, anil, madeira de lei e produtos similares ao cravo e à noz moscada. A palavra apotheke em grego e na forma latina apotheca significava “armazém”. No antigo occitano armazém significava botica. Com o tempo apotheke passou a significar armazém de medicamentos e posteriormente farmácia (p.ex. alemão Apotheke). A expressão sertão tem sua origem na contração da palavra desertão.[1] Varnhagen destaca os esforços do vice rei Luís de Vasconcelos (1779-1790) nomeado por Maria I em promover a cultura do anil e a indústria da cochonilha, bem como melhoramentos na capital Rio de Janeiro com a inauguração do Passeio Público. As primeiras experiências com a cochonilha haviam sido feitas em Cabo Frio e posteriormente em Santa Catarina.[2] Em 1729 José Miguel Aires obteve um privilégio de dez anos para montar uma fábrica de anil no Pará.[3] Em 1781 um decreto isentou de impostos por cinco anos todo o anil produzido no Brasil, tendo sido o decreto renovado em 1787 no intuito de estimular a produção na colônia.[4]



[1] AQUINO, Fernando, Gilberto, HIran. Sociedade brasileira: uma história, São Paulo: Record, 2000, p.199

[2]LIMA, Heitor Ferreira. Formação industrial do Brasil, Rio de Janeiro:Fundo de Cultura, 1961, p. 210

[3] VARNHAGEN, Francisco Adolfo. História geral do Brasil, São Paulo:Melhoramentos, 1948, v. IV, p. 35

[4] LIMA, Heitor Ferreira. Formação industrial do Brasil, Rio de Janeiro:Fundo de Cultura, 1961, p. 212



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