Entre as obras dos artistas holandeses do século XVII encontram-se
os desenhos conhecidos como "Theatri Rerum Naturalium Brasiliae"
cuja autoria é atribuída a atribuída a Albert Eckhout. Segundo Petronella Albertin os desenhos do
Theatrurn possivelmente serviram de
modelo
para outras obras de arte. [1] No
Brasil holandês nasceu o judeu Jacob de Andrade Velosino que se tornaria um
célebre médico em Haia.[2] Jacob
Velosino formou-se pela Faculdade de Medicina de Amsterdam após a expulsão dos
holandeses sendo autor de “O Teólogo Religioso”; “Messias Restaurado e “Epítome
de Moisés”. [3] Para as observações astronômicas de Marcgraf foi utilizado em 1639 uma das
torres do palácio de Fruiburgo de Nassau na ilha Antonio vaz em Pernambuco e
que servia como farol devido a sua altura. No jardim botânico instalado Georg
Marcgraf descreveu 668 espécies ou variedades até então desconhecidas das quais
422 foram ilustradas no "Historia Naturalis Brasiliae". A obra
foi difundida na obra por entusiastas como o médico Christian Menzel, e teve
impacto na obra de Georges Cuvier que enviou um assistente para obter a descrição
de seres aquáticos “feitas pelo genial investigador da missão científica
holandesa”. O médico Piso em sua obra De medicina Brasiliensié descrita por
Juliano Moreira como “uma das mais lídimas glórias da literatura médica”, onde
mostra a ação terapêutica de diversos produtos encontrados no Brasil junto aos indígenas
como a copaíba, tipo, sassafrás, capeba ou pariparoba e o jaborandi.[4] Além desses
artistas e cientistas vieram vários letrados ilustres como Joahn Bodecher
Benning professor de ética, Elias Herckmans autor de Descrição geral da
Capitania da Paraíba (1639) e o médico Servaes Carpentier. Recife sofreu vários
melhoramentos urbanísticos e a Cidade Maurícia foi porjetada talvez pelo
engenheiro Frederick Pistor. A importância do Recife do século XVII pode ser
avaliada como uma notável cidade pode ser constatad pelo atlas de Joahanne Blaeu
que conta as longitudes a partir de Recife.[5] Fernando
de Azevedo relata a colonização holandesa em Pernambuco no governo de Maurício
de Nassau (1637-1644) interrompeu um período de obscurantismo promovido pela
administração portuguesa atuando como um “parêntese luminoso que se inaugurou
no Brasil colonial uma época de atividades científicas, realizadas pelo grupo
de homens de ciência que o conde de
Nassau mandou vir a Pernambuco”.[6] Segundo
Gilberto Freyre o Recife judaico holandês tornara-se “o maior centro de
diferenciação intelectual na colônia que o esforço católico no sentido da
integração procurava conservar estranho às novas ciências e às novas línguas”.
Capistrano de Abreu sobre os livros de Barleus, Piso e Marcgrave lamenta-se do
pouco impacto dessas obras na cultura local, ainda “que atingiram uma altura
a que nenhum obra portuguesa ou brasileira se pode comparar nos tempos
coloniais, parece mesmo terem sido pouco lidos no Brasil apesar de escritos em
latim, a língua universal da época, tão insignificantes vestígios encontramos
deles”.[7] nenhuma outra missão de intelectuais e cientistas estrangeiros esteve no Brasil
senão até o século XIX.
[1] ALBERTIN, Petronella.
Arte e ciência no Brasil holandês Theatri
Rerum Naturalium Brasiliae, um estudo dos desenhos. Revta bras. zool., S Paulo
3 (5) :249-326 28.vi.1985 https://www.scielo.br/pdf/rbzool/v3n5/v3n5a01.pdf
[2]MOTOYAMA, Shozo; FERRI,
Mario Guimarães. História das Ciências no Brasil, São Paulo: USP,1979, p. 200
[3]PAULA, Sergio Goes de.
Um inventário pioneiro de biografias para os historiadores das ciências. Hist. cienc. saude-Manguinhos [online]. 1998, vol.5, n.1 [cited 2021-02-22], pp.127-144. Available from:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-59701998000100008&lng=en&nrm=iso>
[4]MOTOYAMA, Shozo. Prelúdio para uma história, São Paulo: USP, 2004,
p.96
[5]HOLANDA, Sérgio
Buarque. História geral da Civilização Brasileira, tomo I, A época Colonial,
São Paulo: Difusão Europeia, 1960, p.247
[6]AZEVEDO, Fernando. A
cultura brasileira, São Paulo: Melhoramentos, 1971, p. 373
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