Jobson Arruda mostra que após 1796 enquanto se observa
uma fase de declínio do ouro e o açúcar observava leve ascensão, as exportações
brasileiras saltaram de 3,2 milhões de libras em 1796 para 3,8 milhões de
libras em 1807, o que somente pode ser explicado pela diversificação da pauta
de exportação brasileira.[1] Jorge
Caldeira mostra que em fins do século XVIII o mercado interno representava algo
como 84% do total da economia, índice similar ao atual. [2] Sérgio
Buarque de Holanda destaca que “a avassaladora preeminência de proprietários
rurais no início do século XIX não passa de um mito” uma vez que o primeiro
Reinado tinha como elites representativa a classe de negociantes e menos a
classe da aristocracia agrária. [3] Dauren
Alden e Stuart Schwartz destacam a ascenção do capital mercantil de uma nova
elite econômica formada por mercadores e negociantes. [4] O prédio
da Sociedade dos Assinantes da Praça na Praça do Comércio do Rio de Janeiro (na figura) inaugurada em 1820 onde se reúnem os comerciantes da cidade é um reflexo desta
ascenção. No ano seguinte, contudo, o prédio é abandonado em protesto dos
homens de negócio contra a repressão a um protesto que eles haviam feito contra
o retorno de D. João VI a Portugal. Um novo prédio seria inaugurado em 1834. Para
Jorge Caldeira os dados mostram que “a
economia brasileira, já a partir do século XVIII, poderia estar andando pelas
próprias pernas. Teria então uma trajetória construída na oposição aos
desígnios de seus dirigentes, inclusive no que se refere ao essencial: acumular
capital suficiente para sustentar seu crescimento. Mais ainda., deveria basear
esse crescimento em seu mercado interno, nas frestas deixadas em aberto”.
[1]CALDEIRA, Jorge. A
nação mercantilista, São Paulo:Ed. 34, 1999, p. 239, 240; CALDEIRA, Jorge.
História da Riqueza no Brasil, Rio de Janeiro:Estação Brasil, 2017, p.159
[2] CALDEIRA, Jorge.
História do Brasil com empreendedores, São Paulo:Mameluco, 2009, p.18, 296;
CALDEIRA, Jorge. História da Riqueza no Brasil, Rio de Janeiro:Estação Brasil,
2017, p.160
[3] MOREIRA, Regina da Luz; FONTES, Paulo. A casa do empresário: trajetória da
Associação Comercial do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro: FGV, 2009, p.47
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