quarta-feira, 24 de fevereiro de 2021

Astronomia na Grécia antiga

 

O astrônomo alexandrino Ptolomeu (100-170 d.c) representou o “pináculo da astronomia grega” e sua obra Almagesto (Mathematike Syntaxis) [1] considerada por Colin Ronan como “uma peça verdadeiramente magistral de talento artístico matemático” [2], a base da astronomia matemática até o século XVII com medições astronômicas feitas com instrumentos como o astrolábio plano inventado por Hiparco no século II a.c.[3] e considerado com um dos primeiros instrumentos científicos.[4] Para Daniel Boorstin: “a grande contribuição de Ptolomeu foi o espírito científico, quantitativo”. Em Tetrabiblos Ptolomeu refere-se a influência dos astros: “se Saturno estiver em signos fixos e em quadratura ou oposição ao Sol, e em condição advers, pordiuzirá morte por sufocamento [...] se Saturno estiver em oposição a alguns astros no ascendente causará morte na prisão [...] e caso Vênus também se ligue a Saturno e Mercúrio assim combinados, a morte se seguirá por envenenamento ou traição feminina” [5]”. O astrólogo Vécio Valente, contemporâneo de Ptolomeu desenvolveu observações estatísticas procurando comprovar os prognósticos astrológicos. Kepler em “Comentário sobre Marte” estima o erro do astrolábio de Ptolomeu em 10’ (minutos de arco).[6] G. Lloyd mostra que Ptolomeu descreve diversas experiências em seu tratado de Òptica muito embora tenha ajustado seus dados para se adequar a lei geral de refração que ele pressupõe mas não menciona.[7]



[1] HALL, Edith. The ancient greeks, London:Vintage, 2015, p.225

[2] RONAN, Colin. História Ilustrada da Ciência: das origens à Grécia. São Paulo:Círculo do Livro, 1987, p.130

[3] TATON, René. A ciência antiga e medieval, tomo I, livro 2, Sâo Paulo:Difusão Europeia, 1959, p.144; BARRETO, Elias. Enciclopédia das grandes invenções e descobertas. São Paulo:Cascino Editores, 1971, p.66

[4] GIES, Frances & Joseph. Cathedral, forge and waterwheel, New York: Harper Collins, 1994, p. 23

[5] WEST, John Anthony. Em defesa da astrologia, São Paulo:Siciliano, 1992, p. 78

[6] ALVAREZ, Lopez. O enigma das pirâmides, São Paulo:Hemus, 1978, p.101

[7] LLOYD, G. Ciência e matemática. In: FINLEY, Moses. O legado da Grécia. Brasília: UNB, 1998, p. 269



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