terça-feira, 16 de fevereiro de 2021

O fazendeiro do Brasil

 

A figura mostra moenda suspensa como consta em Fazendeiro do Brasil do frei franciscano José Mariano de Conceição Velloso, publicada em Lisboa, 1793 [1]. O livro, um manual de agricultura tropical, foi patrocinado pelo príncipe regente D. João VI e escrito no período entre 1798 e 1806 em dez volumes e baseado nas melhores obras inglesas e nos enciclopedistas franceses. Na obra José Mariano defende o uso do bagaço como combustível. [2] Caio Prado Júnior observa que nas colônias inglesas, francesas e holandesas os processos de utilização do bagaço da cana como combustível em substituição à lenha já eram bastante conhecidos.[3] Manoel Albuquerque aponta que os engenhos brasileiros não tinham condições técnicas de competição no mercado internacional, o emprego de moendas metálicas somente se difundiu no século XIX e o uso do bagaço de cana como combustível para a fervura do açúcar foi utilizado somente em 1809 quando já era prática usual nas Ìndias Ocidentais desde o século anterior.[4]



[1]PRIORE, Mary del. Histórias da gente brasileira, Vol. 1 Colônia. Rio de Janeiro:Leya, 2016, p. 68 https://digital.bbm.usp.br/handle/bbm/5137

[2]BOXER, Charles. O império colonial português, Lisboa: Edições 70, 1969, p. 196

[3]JÚNIOR, Caio Prado. Formação do Brasil contemporâneo. São Paulo:Brasiliense, 1986, p.135

[4]ALBUQUERQUE, Manoel Maurício. Pequena história da formação social brasileira, Rio de Janeiro: Graal, 1981, p. 73



Nenhum comentário:

Postar um comentário

Doação de Constantino

  Marc Bloch observa a ocorrência de falsificações piedosas tais como a pseudo doação de Constantino ( Constitutum Donatio Constantini ) ao ...