A
figura mostra moenda suspensa como consta em Fazendeiro do Brasil do frei
franciscano José Mariano de Conceição Velloso, publicada em Lisboa, 1793 [1].
O livro, um manual de agricultura tropical, foi patrocinado pelo príncipe
regente D. João VI e escrito no período entre 1798 e 1806 em dez volumes e baseado
nas melhores obras inglesas e nos enciclopedistas franceses. Na obra José
Mariano defende o uso do bagaço como combustível. [2] Caio Prado Júnior observa que nas colônias inglesas, francesas e holandesas os
processos de utilização do bagaço da cana como combustível em substituição à
lenha já eram bastante conhecidos.[3] Manoel Albuquerque aponta que os engenhos brasileiros não tinham condições
técnicas de competição no mercado internacional, o emprego de moendas metálicas
somente se difundiu no século XIX e o uso do bagaço de cana como combustível
para a fervura do açúcar foi utilizado somente em 1809 quando já era prática usual
nas Ìndias Ocidentais desde o século anterior.[4]
[1]PRIORE, Mary del.
Histórias da gente brasileira, Vol. 1 Colônia. Rio de Janeiro:Leya, 2016, p. 68
https://digital.bbm.usp.br/handle/bbm/5137
[2]BOXER,
Charles. O império colonial português, Lisboa: Edições 70, 1969, p. 196
[3]JÚNIOR, Caio Prado.
Formação do Brasil contemporâneo. São Paulo:Brasiliense, 1986, p.135
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