D.
João V que reinou de 1706 a 1750 trouxe engenheiros, militares, geógrafos,
astrônomos, cartógrafos e matemáticos do estrangeiro. Na medicina chegou a
convidar o célebre Boerhaave de Leiden na Holanda, mas este não pode aceitar o
convite. Segundo Jaime Cortesão: “O que todos eles [os estrangeiros]
denunciavam, porque só de fora se podia ver, era o grande atraso de Portugal,
em relação à cultura científica europeia. O conhecimento da ciência da natureza,
pelo método matemático e experimental, que tão grandes passos dera na
Inglaterra, na França, na Holanda, na Itália e na Alemanha, constituía letra
morta no país. Aristóteles e os áridos métodos escolásticos continuavam a imperar
no ensino, quase exclusivamente entregu aos jesuítas”.[1] A política do ministro Pombal já no reinado de D. José I (que reinou de 1750 a
1777) do Estado promover as manufaturas e uma burguesia nacional poderosa levou
ao duque Silva Tarouca a chamar Pombal (na figura) de “o
Colbert português”.[2] Simonsen descreve Pombal como o “segundo Colbert português” sendo o Ministro
das Finanças, Luís de Meneses (1675-1690), 3º conde da Ericeira, o primeiro,
por adotar medidas mercantilistas para promover o estabelecimento de fábricas
de panos no Reino de Portugal nas vilas do Fundão, Covilhã, Redondo e
Portalegre.[3] Pombal
tentou inclusive a contratação de técnicos ingleses para desenvolver a
manufatura em Portugal como, por exemplo, James Stephens.[4] O reinado de Maria I, iniciado em 1777, foi por muitos considerado o período da
"viradeira", ou seja, de um retrocesso face à política
reformista ilustrada do governo de José I e seu célebre ministro, Sebastião
Carvalho de Melo, futuro marquês de Pombal.
[1] CORTESÂO, Jaime. Alexandre
de Gusmão e o Tratado de Madrid. In: MARTINS, Wilson. História da inteligência
brasileira, v.I (1550-1794), São Paulo:USP, 1976, p. 367
[2] MAXWELL, Kenneth. Marquês de Pombal: paradoxo do iluminismo, Rio de Janeiro:Paz e terra, 1996, p.68
[3] SIMONSEN, Roberto.
História Econômica do Brasil, São Paulo:Cia Editora Nacional, 1962, p.362;
ALBUQUERQUE, Manoel Maurício. Pequena história da formação social brasileira,
Rio de Janeiro: Graal, 1981, p. 128
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