Historiadores da nova história (nouvelle histoire) como Jacques Le Goff, Joahan Huizinga, Marc Bloch, Georges Duby e Fernand Braudel questionaram a perspectiva da idade média como idade das trevas traçada pelos iluministas do século XVIII [1] e destituída de qualquer avanço técnico, ou seja, para estes historiadores há uma continuidade do período medieval e renascimento ao invés de uma ruptura. Rousseau define a idade média como o período em que “a Europa, inundada de bárbaros e subjugada por ignorantes, perdeu ao mesmo tempo suas ciências, suas artes e o instrumento suniversal tant de umas quanto de outras, isto é, a língua harmoniosa e aperfeiçoada”.[2] Petrarca se referia ao período anterior ao Renascimento como tenebrae.[3] O desprezo pela Idade Média encontra-se também presente na obra de Condorcet Tableau des Progrès de l’ Éspirit Humain de 1794. Edward Gibbon se refere ao período medieval como “o triunfo do barbarismo e da religião”.[4]
[1]BURNS, Edward McNall.
História da civilização ocidental, Rio de Janeiro:Ed. Globo, 1959, p.563; GOFF,
Jacques. A idade média explicada aos meus filhos, Rio de Janeiro:Agir, 2007, p.
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[2]ROUSSEAU, Jean Jacques.
Ensaio sobre a origem das línguas. Os pensadores: Rousseau, São Paulo: Abril
Cultural, 1978, p. 197
[3]JÚNIOR, Hilário Franco.
A idade média nascimento do Ocidente, São Paulo:Brasiliense, 2004, p.11
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