sexta-feira, 12 de fevereiro de 2021

Feudalismo em Portugal

 

O nacionalismo precoce português, a ascendência precoce da monarquia sobre o feudalismo e a guerra contra os sarracenos afrouxaram os laços de servidão em Portugal a ponto de diversos historiadores portugueses como Gama Barros, Sérgio Bagú e Azevedo Amaral negarem a presença de um regime verdadeiramente feudal em Portugal. [1] Já no século XIII mercadores portugueses eram maioria na feira de Bruges comerciando vinhos, azeite, cortiça, cereais, mel, pescaria e peles em troca de panos e metais. Ao final do século XIV havia uma rica, influente e cosmopolita classe mercantil em Lisboa.[2] Oliveira Marques mostra que o desenvolvimento de Lisboa no século XIII caracteriza o final da Idade Média em Portugal  acompanhando o desenvolvimento do comércio com Londres seu principal ponto de destino, Flandres e outras cidades europeias. As exportações portuguesas consistiam em fruta, sal, vinho, azeite e mel principalmente ao passo que de Londres e Flandres Portugal recebia principalmente têxteis [3]. Oliveira Marques, contudo, esclarece que houve feudalismo em Portugal de características próprias por influência dos mouros [4]. François Ganshof também aponta que as circunstâncias históricas em Portugal fizeram surgir instituições medievais bastante diferentes das observadas na França e Alemanha por exemplo [5]. Alexandre Herculano sustenta que Portugal não conheceu o feudalismo, uma vez que após a Reconquista logo se organizou para conquista de novos territórios com as navegações.

[1]SODRÉ, Nelson Werneck. Formação histórica do Brasil, Rio de Janeiro:Civilização Brasileira,1979, p.27, 28, 44, 52, 81

[2]SIMONSEN, Roberto. História Econômica do Brasil, São Paulo:Cia Editora Nacional, 1962, p.16,17

[3]MARQUES, Oliveira. Brevíssima história de Portugal. Rio de Janeiro: Tinta da China , 2016, p.40

[4]NUNES, Ruy Afonso da Costa. História da educação na idade média, Campinas:Kirion, 2018, p.70

 [5]GANSHOF, F. O que é feudalismo ? Lisboa:Publicações Europa América, 1975, p.90



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