O nacionalismo precoce português, a ascendência precoce
da monarquia sobre o feudalismo e a guerra contra os sarracenos afrouxaram os
laços de servidão em Portugal a ponto de diversos historiadores portugueses
como Gama Barros, Sérgio Bagú e Azevedo Amaral negarem a presença de um regime
verdadeiramente feudal em Portugal. [1] Já no
século XIII mercadores portugueses eram maioria na feira de Bruges comerciando
vinhos, azeite, cortiça, cereais, mel, pescaria e peles em troca de panos e
metais. Ao final do século XIV havia uma rica, influente e cosmopolita classe
mercantil em Lisboa.[2] Oliveira
Marques mostra que o desenvolvimento de Lisboa no século XIII caracteriza o
final da Idade Média em Portugal
acompanhando o desenvolvimento do comércio com Londres seu principal ponto
de destino, Flandres e outras cidades europeias. As exportações portuguesas consistiam em fruta, sal, vinho, azeite e mel principalmente ao passo que de
Londres e Flandres Portugal recebia principalmente têxteis [3]. Oliveira
Marques, contudo, esclarece que houve feudalismo em Portugal de características
próprias por influência dos mouros [4]. François
Ganshof também aponta que as circunstâncias históricas em Portugal fizeram
surgir instituições medievais bastante diferentes das observadas na França e
Alemanha por exemplo [5]. Alexandre
Herculano sustenta que Portugal não conheceu o feudalismo, uma vez que após a
Reconquista logo se organizou para conquista de novos territórios com as
navegações.
[1]SODRÉ, Nelson Werneck.
Formação histórica do Brasil, Rio de Janeiro:Civilização Brasileira,1979, p.27,
28, 44, 52, 81
[2]SIMONSEN, Roberto.
História Econômica do Brasil, São Paulo:Cia Editora Nacional, 1962, p.16,17
[3]MARQUES, Oliveira. Brevíssima história de Portugal. Rio de Janeiro: Tinta da
China , 2016, p.40
[4]NUNES, Ruy Afonso da
Costa. História da educação na idade média, Campinas:Kirion, 2018, p.70
Nenhum comentário:
Postar um comentário