Segundo Marcos Costa com a expulsão dos judeus de Portugal em 1496 as capitanias hereditárias viriam a ser criadas no Brasil exatamente para criar território onde os judeus pudessem se estabelecer tal como fora feito com a ilha da Madeira, de modo que as capitanias hereditárias foram doadas sobretudo a judeus para produção de cana de açúcar. Das doze capitanias criadas ao menos oito pertenciam a judeus: Duarte Coelho, Martim Afonso de Sousa (duas capitanias), Pero Lopes de Sousa, Vasco Fernandes Coutinho, Pero do Campo Tourinho, Pero de Gois e Francisco Pereira Coutinho [1]. A maioria dos povoadores de Pernambuco e da Bahia no início do século XVI eram de cristãos novos como o judeu Fernão de Loronha (brasão na figura) que recebeu o privilégio em 1504 recebendo a ilha, hoje conhecida como Fernando de Noronha, como uma capitania hereditária que servia como ponto de coleta da exploração do pau brasil em diversos pontos da costa brasileira.[2] Oliveira Marques mostra que D. Manuel (1495-1521) começou seu reinado libertando os judeus cativos, porém, no ano seguinte decidiu-se pela expulsão aos que não aceitassem a conversão ao catolicismo. Os cristãos novos não seriam incomodados oficialmente até 1534, de modo que não seria esta a razão que trouxe para o Brasil cristão novos, como Fernando de Noronha.[3]
[1]COSTA, Marcos. O livro
obscuro do descobrimento do Brasi, Rio de Janeiro:Leya, 2019, p. 113, 173, 222,
223
[2]CALMON, Pedro. História
da civilização brasileira, São Paulo: Cia Editora Nacional, 1933, p.11
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