sábado, 13 de fevereiro de 2021

A ciência em Arquimedes

 

Para o rei Hieron II de Siracusa, Arquimedes desenvolve um experimento simples para identificar a composição de ouro e prata de uma coroa que o rei havia mandado confeccionar, usando para tanto, princípios da hidrostática, segundo De Architectura de Vitrúvio [1]. Arquimedes irá expor os princípios de hidrostática no seu primeiro livro Sobre os Corpos Flutuantes, livro ao qual René Taton considera que verdadeiramente fundou a Estática como ciência.[2] Moses Finlay anota que esta história mostra como as invenções muitas vezes eram acidentais e motivadas por razões frívolas e não a busca de uma maior produtividade das atividades industriais [3]. Para Moses Finlay os gregos praticavam uma ciência diletante em que o objetivo era “conhecer, não para praticar; para entender a natureza, mas não para domesticá-la”.[4] George Sarton observa que ao descrever a lei do empuxo no Tratado sobre corpos flutuantes, Arquimedes se ocupa com as condições de equilíbrio estável de um segmento reto de paraboloide de revolução que flutua sobre um fluido o que de demonstra novamente que a geometria recebe mais atenção do que a mecânica [5]. Suas conclusões serão expostas em seu Tratado dos Corpos Flutuantes. Arquimedes escreveu um tratado sobre alavancas e provavelmente sobre máquinas em geral, muitas das quais utilizadas no cerco de Siracusa tal como descrito por Plutarco, mas este livro se perdeu.[6] No livro Sobre o Método descoberto em 1906 Arquimedes se dedica a solução de problemas geométricos com uso de métodos mecânicos.

[1]CAMP, L. Sprague de. The ancient engineers, New York: Ballantine Books, 1963, p. 155; THOMAS, Henry; THOMAS, Dana Lee. Living biographies of great scientists, New York:Blue Ribbbon Books, 1946, p.3; READERS'S DIGEST. Da idade do ferro à idade das trevas: de 1200 a.c. a 1000 d.c, Rio de Janeiro, 2010, p.64; CANTU, Cesare. História Universal, v. IV, São Paulo:Editora das Américas, 1958, p.115; MONTANELLI, Indro. História dos gregos, São Paulo:Ibrasa,1962, p. 342

[2]TATON, René. A ciência antiga e medieval, tomo I, livro 2, Sâo Paulo:Difusão Europeia, 1959, p.118, 165

[3]FINLEY, Moses. Economia e sociedade na Grécia antiga, São Paulo:Martins Fontes, 2013, p. 207

[4]GIES, Frances & Joseph. Cathedral, forge and waterwheel, New York: Harper Collins, 1994, p. 22

[5]SARTON, George. Historia de la ciência, Buenos Aires:Editorial Universitaria Buenos Aires, 1959, p. 79

[6]SEDGWICK, W.; TYLER, H; BIGELOW, R. História da ciência: desde a remota antiguidade até o alvorescer do século XX, Rio de Janeiro:Ed. Globo, 1952, p.100



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