segunda-feira, 11 de janeiro de 2021

Vasos Canopus

 

Os órgãos vitais do faraó eram guardados em vasos funerários ricamente adornados chamados canopos / canópicos (do rego Kanopos em referência ao lendário personagem piloto de Menelaus na guerra de Troia que foi enterrado no Egito e era venerado na forma de um jarro) [1], que representavam os quatro filhos de Hórus: os pulmões em guardados no Hapi (o termo Hapi refere-se a forma grega Apis o touro sagrado no Egito que representa a incarnação de Ptah simbolizando o poder criativo e gerador do fogo [2]; Hapy, por sua vez, é a personificação da inundação promovida pelo Nilo uma vez que o próprio Nilo não era deificado) [3] em forma de um babuíno ou mandril (oeste) representando a deusa Nephthys, o estômago no vaso Doeamoetef (Duamutef) em forma de chacal (norte) representando a deusa Neith (o chacal representa o princípio da digestão porque pode comer carne podre sem adoecer) [4], o fígado no vaso Amset (Imset, Mesha, Imsety) em forma humana (leste) representando a deusa Isis e o intestino no vaso Kebehsenoef (Qebesehnuef / Qebsennuf) em forma de falcão (sul) representando a deusa Selkit / Serqet / Selkis / Selket. [5]  O coração e os rins eram preservados no corpo pois se acreditava que eles eram a sede de forças e capacidade especiais. As vezes no lugar do coração colocavam um escabeu, imagem de pedra de um besouro sagrado Scarabaeus [6]

[1]WEST, John Anthony. The traveler’s key to ancient Egypt, New York:Quest, 2012, p. 57

[2]WEST, John Anthony. The traveler’s key to ancient Egypt, New York:Quest, 2012, p. 190

[3]WEST, John Anthony. The traveler’s key to ancient Egypt, New York:Quest, 2012, p. 77; SHAFER, Byron. As religiões no Antigo Egito, São Paulo: Nova Alexandria, 2002, p. 50

[4]MALKOWSKI, Edward. O Egito antes dos faraós. São Paulo:Cultrix, 2010, p. 125

[5]SHAFER, Byron. As religiões no Antigo Egito, São Paulo: Nova Alexandria, 2002, p. 66; BIANCHINI, Nicola. Mummies in ancient Egypt. National archaelogical Museum, Florence, 2014, p.18; LAMY, Lucien. Mistérios egípcios, Madri:Prado, 1996, p.93; WEST, John Anthony. The traveler’s key to ancient Egypt, New York:Quest, 2012, p. 58; JOHNSON, Paul. História Ilustrada do Egito. Rio de Janeiro:Ediouro, 2002, p. 226; DEARY, Terry. Espantosos egípcios, São Paulo:Melhoramentos, 2004, p. 59; STROUHAL, Eugen. A vida no antigo Egito. Barcelona:Folio, 2007, p. 260; JACQ, Christian. O mundo mágico do antigo Egito, Rio de Janeiro:Bertrand do Brasil, 2001, p.63; GUTBUG, Adolphe (1977). Die vier Winde im Tempel Kom Ombo (Ober ägypten). p. 328 in: KEEL, Othmar (1977). Jahwe-Visionen und Siegelkunst. Stuttgarter Bibelstudien 84/85. Verlag Katholisches Bibelwerk, Stuttgart. https://quadriformisratio.wordpress.com/page/3/

[6]WENDT, Herbert. Tudo começou em Babel, São Paulo:Difusão, 1962, p. 52; STROUHAL, Eugen. A vida no antigo Egito. Barcelona:Folio, 2007, p. 83



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