O astrolábio esférico tal como descrito nos Libros del astrolábio redondo do rei Alfonso X de Castilha do século XIII, trata-se de um instrumento astronômico formado por uma esfera sobre a qual se move uma semi esfera denominada rede, uma calota esférica feita de folha metálica, geralmente latão, que pela sua face côncava interna assenta perfeitamente sobre ela em torno dos polos do equador.[1] O astrolábio planisférico (na figura) segundo os astrônomos afonsinos foi invenção do grego Ptolomeu. O instrumento substitui o hemisfério côncavo da rede pela sua projeção sobre o plano do equador. Cada astrolábio planisférico tinha um jogo de discos chamados lâminas ou discos de latitude. Havia a representação do círculo dos signos com os doze signos do zodíaco. O astrolábio planisférico era usado na astrologia judiciária como mostra Gomes Azurara, que se ocupara do horóscopo do rei Afonso V. Segundo Damião de Goes o rei D. Manoel “foi muito dado à astrologia judiciária, em tanto que no partir das naus para a ìndia, ou no tempo que as esperava, mandava tirar juízos por um grande astrólogo português, morador em Lisboa, por nome Diogo Mendez Vezinho e depois deste falecer por Thomas de Torres, seu físico”.[2] Na carta do cosmógrafo português mestre João, encontrada por Varnhagen na Torre do Tombo em 1843 [3], são descritas as técnicas de orientação no mar: “No mar é melhor reger-se pela altura do Sol do que pela altura das estrelas e vale mais usar um astrolábio do que um quadrante ou qualquer outro instrumento”. [4]
[1]VASCONCELLOS, Ernesto; GAMEIRO, Alfredo; MALHEIROS, Carlos. In: História da
Colonização Portuguesa no Brasil, Edição Monumental Comemorativa do Centenário
de Independência do Brasil, Porto, Litografia Nacional, 1912, Capítulo II: a
arte de navegar dos portugueses, p. 34
[2]O Museu Portuense, Typographia Commercial Portuense, Porto, 1 de novembro 1888,
n.7, p. 107
[3]COSTA, Sergio Correa
da. Brasil, segredo de Estado, São Paulo:Record, 2001, p. 66
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