segunda-feira, 25 de janeiro de 2021

Madeira das caravelas portuguesas

 

A caravela com velas latinas conjuga duas características principais: a dimensão das vergas e as proporções do casco.[1] Segundo Charles Boxer, a madeira apropriada não era encontrada facilmente em Portugal. O pinhal de Leiria que a Coroa havia mandado plantar para garantir o fornecimento de madeira para as embarcações portugueses não produzia madeira de qualidade duradoura, de modo que a maior parte era importada de Bisca e da Europa Setentrional.[2] Jaime Cortesão, por sua vez, mostra que a tecnologia dos artesãos portugueses era mantida em sigilo. O carvalho para as quilhas vinham do Alentejo próximo ao Algarve que tornou-se importante construtor naval, o pinho para os casos vinham das costas de Portugal onde as árvores eram abatidas exclusivamente para construção naval. Velas e cardames eram produzidas em Lagos.[3]  Cadamosto registra as vantagens do uso das caravelas, elogio subscrito pelo próprio papa Nicolau V na bula de 1454 em que concedeu ao Infante D. Henrique o monopólio das expedições marítimas [4].



[1]COSTA, Sergio Correa da. Brasil, segredo de Estado, São Paulo:Record, 2001, p. 96

[2]BOXER, Charles. O império colonial português, Lisboa: Edições 70, 1969, p. 72

[3]MIGLIACCI, Paulo. Os descobrimentos: origens da supremacia europeia, São Paulo:Scipione, 1994, p. 41; BOORSTIN, Daniel. Os descobridores, Rio de Janeiro:Civilização Brasileira, 1989, p.158

[4]https://digitarq.arquivos.pt/details?id=3907997



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