A caravela
com velas latinas conjuga duas características principais: a dimensão das
vergas e as proporções do casco.[1] Segundo Charles
Boxer, a madeira apropriada não era encontrada facilmente em Portugal. O pinhal
de Leiria que a Coroa havia mandado plantar para garantir o fornecimento de
madeira para as embarcações portugueses não produzia madeira de qualidade
duradoura, de modo que a maior parte era importada de Bisca e da Europa Setentrional.[2] Jaime
Cortesão, por sua vez, mostra que a tecnologia dos artesãos portugueses era
mantida em sigilo. O carvalho para as quilhas vinham do Alentejo próximo ao Algarve
que tornou-se importante construtor naval, o pinho para os casos vinham das
costas de Portugal onde as árvores eram abatidas exclusivamente para construção
naval. Velas e cardames eram produzidas em Lagos.[3] Cadamosto registra as vantagens do uso das
caravelas, elogio subscrito pelo próprio papa Nicolau V na bula de 1454 em que concedeu
ao Infante D. Henrique o monopólio das expedições marítimas [4].
[1]COSTA, Sergio Correa
da. Brasil, segredo de Estado, São Paulo:Record, 2001, p. 96
[2]BOXER, Charles. O
império colonial português, Lisboa: Edições 70, 1969, p. 72
[3]MIGLIACCI, Paulo. Os
descobrimentos: origens da supremacia europeia, São Paulo:Scipione, 1994, p.
41; BOORSTIN, Daniel. Os descobridores, Rio de Janeiro:Civilização Brasileira,
1989, p.158
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