Alguns autores defendem a tese de que a representação de mulheres nuas
nestas imagens seriam um indício da ausência de roupa no paleolítico, porém, a
razão mais provável é que tais imagens não buscam a representação da mulher mas
uma simbologia associada à fertilidade o que justificaria a nudez.[1] A não ser por uma cinta
nas costas na Vênus encontrada em Kostienki e uma franja nas costas na que foi
encontrada em Lespugue, todas estão despidas. Erwin Ackercknecht argumenta que
algumas destas representações exuberantes, ironicamente chamadas de Vênus podem
ser casos de alguma patologia.[2] Mauricio Righi aponta que
tais aspectos podem reforçar uma simbologia do ponto de vista de uma guerreira
tal como uma amazona.[3] Richard Leakey observa que
poucas representações mostram traços em proporções exageradas, o que demonstra
que a ideia de um culto continental à deusa mãe simbolizada em Vênus
exuberantes mostra-se despropositadamente exagerada.[4] Walter Neves aponta o surgimento
destas esculturas de Vênus como uma das características que marcam a “revolução criativa do paleolítico superior”.[5] No século XIX para Joahann
Bachofen nos tempos primitivos os homens viviam em completa promiscuidade
sexual, por ele denominado de heterismo [6], de modo que a filiação
somente poderia ser estabelecida com segurança por linhagem feminina, o que
conferia à mulher um papel central nestas sociedades. Bachofen se tornou um
importante precursor das teorias do século XX sobre matriarcado, tal como a
teoria da Antiga Cultura Européia postulada por Marija Gimbutas dos anos 1950. Para
Gimbutas as descobertas de imagens femininas encontrados em diferentes sítios
arqueológicos da idade da Pedra sugeriria uma civilização pan europeia
centrada no matriarcado entre 6500 e
3500 a.c. [7] Divindades como Cibele a
Grande Mãe na Ásia Menor, a deusa hindu Kali, deméter a mãe das colheitas e mãe
das águas Tiamat da Mesopotâmia demonstram o papel predominante da mulher nos antigos mitos religiosos.[8]
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