quarta-feira, 13 de janeiro de 2021

Cosméticos no Egito

 

Artigos cosméticos foram encontrados em tumbas egípcias do período Badariense datado do V milênio a.c.[1] como malaquita verde uadj (cobre) simboliza a regeneração e a vida, galena negra kem (sulfeto de chumbo), ocre vermelho decher (óxido de ferro) representava a energia, o poder e a sexualidade, tanto em estado natural como pulverizados. O azul (khesebedj) era extraído do carbonato de cobre e estava associado ao rio Nilo e ao ceu. Segundo Philippe Walter, do Centro de Pesquisa e Restauração dos Museus de Paris “Há textos descrevendo receitas para tratar infecções oculares e informações sobre o uso de maquiagem para proteger os olhos nos Papiros Ebers”.[2] Uma pesquisa feita por químicos franceses liderados por Philippe Walter mostrou que os egípcios já em 2000 a 1200 a.c detinham a tecnologia para fabricação de cosméticos conservados em frascos originais de alabastro, madeira ou cerâmica. A pesquisa provou que os restos de cosméticos com base em chumbo encontrados nos recipientes do Louvre foram obra de processos químicos sofisticados, e não só da extração de produtos naturais, pois revelam a presença de laurionita e fosfogenita compostos raramente encontrados na natureza e que segundo os pesquisadores muito provavelmente foram obtidos de forma artificial.[3] Teofrasto no ensaio De odoribus afirma que os perfumes egípcios são os melhores do mundo. Na câmara das Hipostilas no templo da deusa Hathor em Dendera, conhecida como “Senhora de Biblos” [4] há uma sala onde são encontradas inscrições de vários perfumes e unguentos, o que sugere tratar-se de um local dedicado a preparação de tais produtos [5]. A figura mostra uma Caixa de cosméticos egípcios da rainha Ani da XVIII Dinastia (1550-1298 a.c.) em Tebas.



[1]FAGAN, Brian. Los setenta grandes inventos y descobrimentos del mundo antiguo, Barcelona:Blume, 2005, p. 284

[2]Revista Isto É. O Segredo Da Maquiagem Do Egito, edição 2660 08/01 https://istoe.com.br/44414_O+SEGREDO+DA+MAQUIAGEM+DO+EGITO/

[3]CHILDRESS, David Hatcher. A incrível tecnologia dos antigos, São Paulo:Aleph, 2005, p. 25; Revista Nature, n.397, 1999; BONALUME, Ricardo. Cosmética antiga, http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ciencia/fe14039901.htm

[4]SHAFER, Byron. As religiões no Antigo Egito, São Paulo: Nova Alexandria, 2002, p. 75

[5]WEST, John Anthony. The traveler’s key to ancient Egypt, New York:Quest, 2012, p. 399



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