Mesmo a imigração para a lavoura do café em regiões pobres como o Vale do Paraíba era em muito prejudicada diante da dificuldade em atrair imigrantes europeus diante de tão precárias condições para garantir uma perspectiva de vida satisfatória. O senador Nicolau de Campos Vergueiro lançou em 1847 as colônias de parceria em sua fazenda Ibicaba em Limeira com subsídio do governo atraindo colonos suíços e alemães [1]. A experiência, contudo, foi mal sucedida.[2] Pelo sistema de parceria metade do lucro ficava com o colono e a outra metade com o fazendeiro. Muitos imigrantes trabalhavam em condições degradantes acusando os fazendeiros de não cumprirem com o contratado, e como resultado em 1857 houve uma revolta na fazenda Ibicaba sob a liderança do mestre escola suíço Thomas Davatz [3] que ao retornar a seu país escreveu um livro Memórias de um colono no Brasil denunciando as más condições: “Os colonos se acham sujeitos a uma nova espécie de escravidão mais vantajosa para os patrões do que a verdadeira, pois recebem os europeus por preços bem mais moderados do que os africanos”. Demonstrando o desprezo pela atividade manual, o deputado cearense e médico Domingos José Nogueira Jaguaribe Filho [4] chegou a propor “com toda a seriedade” a domesticação de macacos para auxiliar no plantio e colheita do café. [5]
[1]SZMRECSANYI, Tamás.
Pequen história da agricultura no Brasil, São Paulo: Contexto, 1998, p.44
[2]AQUINO,
Fernando, Gilberto, Hiran. Sociedade brasileira: uma história, São Paulo:
Record, 2000, p.536
[3]MARTINS, Ana Luiza.
Império do café, São Paulo: Atual, 1990, p. 66
[4]Jornal Cearense, 12 de julho de 1883 http://memoria.bn.br/pdf/709506/per709506_1883_00145.pdf
[5] AQUINO, Fernando, Gilberto, Hiran. Sociedade brasileira: uma história, São Paulo: Record, 2000, p.536; HOLANDA, Sérgio Buarque de. O livro dos prefácios. São Paulo: Cia das Letras. 1972
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