Colombo utilizou o mapa de um cartógrafo florentino Paolo
dal Pozzo Toscanelli[1]. Vignaud
considerou a possibilidade de Colombo ter forjado esta carta, porém, Carlos Malheiros
considera pouco provável essa hipótese, pois Colombo não forjaria um documento
que lhe tiraria a primazia por considerar a possibilidade de caminho pelo oeste
como de sua autoria. Para Carlos Malheiros tal certeza somente se confirmou em
Colombo após a prolongada residência em Portugal onde teve conhecimento das
viagens de navegadores portugueses entre os quais João Vaz Corte Real (1420-1496),
João Fernandes, o Lavrador (1453-1501, juntamente com Pedro de Barcelos, foram
os primeiros a avistar a Costa de Labrador na América do Norte em 1492), Pero de
Barcelos, Álvaro Fonte (sobrinho de João Gonçalves Zarco que havia chegado ao
arquipélago da Madeira ao serviço do Infante D. Henrique) e Vicente Dias (guia
de Luís de Cadamosto na exploração da costa ocidental do continente africano)[2]: “O
plano de Colombo, se teoricamente se baseia na doutrina de Toscanelli, na parte
experimental funda-se nos conhecimentos portugueses, referidos nas obras dos
panegiristas de Cristóvão Colombo, salientemente de Las Casas e Fernando
Colombo”.[3] Ao confundir a milha árabe e a milha italiana Colombo estimou que o Japão (Cipango
segundo a denominação de Marco Polo [4]) estaria
a distância de 5 mil milhas náuticas quando a medida correta é de 20 mil milhas
náuticas, ou seja, não tivesse encontrado a América no meio do caminho Colombo
não teria suprimentos para concluir sua viagem. Toscanalli baseara suas medidas
nos relatos de exploradores como Marco Polo e supunha que a Asia estaria numa
distância necessariamente superior a metade da do globo terrestre. Na época já
se tinha como certo a esfericidade da terra.[5] Colombo
desconhecia as medidas mais precisas da circunferência da terra feitas pelo
grego Eratóstenes [6].
Os sábios de Salamanca rejeitaram a proposta inicial de Colombo em 1484, mas ao
final conseguiu o apoio de Castela para sua viagem. Ainda quando de sua morte
Colombo sempre acreditou que estivera na Ásia e apesar de hoje ser conhecido
como descobridor das Américas jamais acreditou ter descoberto um novo
continente entre a Europa e a Ásia. [7] Um
esboço feito pelo irmão de Colombo (na figura), Bartolomeu Colombo, que mostra os litorais
que percorreu em sua quarta viagem como se fosse parte da Índia e China. O
Panamá aparece banhado pelo oceano Índico em reprodução de F. Wieser no
MItteilungen des Institut fur oesterreichische Geschitsforschung
Erganzungsheft, 1893 [8]
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