sábado, 9 de janeiro de 2021

Athanasius Kircher

 

No século XVII o jesuíta Athanasius Kircher se alinha a uma tradição hermético cabalista [1] tendo como objetivo revelar uma harmonia oculta sob o aparente conflito entre as tradições. Em sua Musurgia universalis, publicada em 1650, Athanasius Kircher caracterizou a música como “discors concordia vel concors discordia” (harmonia discordante ou discórdia concordante) reinterpretando as funções das consonâncias e dissonâncias como metáfora para compreensão do universo. Segundo Paolo Rossi na obra Magnes de arte magnética opus tripartium publicada em 1641 Kircher funde a imagem do mago com a do técnico experimental moderno. Uma carta de Torricelli a Galileu comenta em tom de pilhéria o livro de Kircher que mistura conceitos importantes com relação a astrolábios, relógios e anemoscópios junto com com epigramas, inscrições em hebraico e até mesmo uma música que deveria ser recitada como antídoto para picadas de tarântulas “mas agora chega, o sr. Nardi Mangiotti e eu rimos muito” [2]. Peter Burke se refere a Athanasius Kircher como um polímata que dominava doze idiomas.

[1]YATES, Frances. Giordano Bruno e a tradição hermética, São Paulo:Cultrix, 1995, p.146

[2]ROSSI, Paolo. O nascimento da ciência moderna na Europa, Bauru:Edusc, 2001, p. 295



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