No século XVII o jesuíta Athanasius Kircher se alinha a
uma tradição hermético cabalista [1] tendo
como objetivo revelar uma harmonia oculta sob o aparente conflito entre as tradições.
Em sua Musurgia universalis, publicada em 1650, Athanasius Kircher
caracterizou a música como “discors concordia vel concors discordia” (harmonia
discordante ou discórdia concordante) reinterpretando as funções das
consonâncias e dissonâncias como metáfora para compreensão do universo. Segundo
Paolo Rossi na obra Magnes de arte magnética opus tripartium publicada
em 1641 Kircher funde a imagem do mago com a do técnico experimental moderno.
Uma carta de Torricelli a Galileu comenta em tom de pilhéria o livro de Kircher que mistura
conceitos importantes com relação a astrolábios, relógios e anemoscópios junto
com com epigramas, inscrições em hebraico e até mesmo uma música que deveria
ser recitada como antídoto para picadas de tarântulas “mas agora chega, o
sr. Nardi Mangiotti e eu rimos muito” [2]. Peter Burke
se refere a Athanasius Kircher como um polímata que dominava doze idiomas.
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