No Novo Império (1570 a 1544 a.c.) o faraó assume
aspectos cada vez mais divinos, sendo denominado de “encarnação de Deus” ou “manifestação
de Deus”.[1] O faraó
tinha de ser representado como um deus, de modo que seria inimaginável
desenhá-lo em perspectiva, pois pareceria em escala reduzida em forma humana
indistinta dos demais mortais [2]. Uma
revolução nas artes com uma abordagem mais naturalista viria com Akhenaton que
redefiniu os dogmas da religião ao promover o culto do deus único Aton, deus do
sol e mudou a capital para Tell El Amarna por um período curto 1372 a 1354 a.c.[3] desafiando
a supremacia de Amon, divindade de Tebas.[4] Um dos
melhores exemplos desse novo estilo Amarna (de Tell El-Amarna) são os relevos
do túmulo de Horemheb general do exército da XVIII Dinastia, o que mostra o que
foi uma das fases mais ricas da arte egípcia.[5] Segundo Paul Johnson: “já prefigurado em Tebas, o estilo Amarna marca uma ruptura abrupta com
a imobilidade e a eternidade tão características da estatutária e da arte
egípcia em geral em todas as épocas [...] Akhenaton é mostrado em estado de
felicidade doméstica, abraçando sua esposa, Nefertiti e brincando com suas
pequenas filhas, em um estilo simultaneamente naturalista quanto à temática e
amaneirado no tratamento”.[6] Esta
postura do faraó representa para Paul Johnson uma afronta as convenções de
representação imponente do faraó “um
inegável ataque à apresentação magistral de maat como uma hierarquia organizada
que estabelecia a verdadeira essência do estilo egípcio”.[7]
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