quinta-feira, 14 de janeiro de 2021

Akhenaton

 

No Novo Império (1570 a 1544 a.c.) o faraó assume aspectos cada vez mais divinos, sendo denominado de “encarnação de Deus” ou “manifestação de Deus”.[1] O faraó tinha de ser representado como um deus, de modo que seria inimaginável desenhá-lo em perspectiva, pois pareceria em escala reduzida em forma humana indistinta dos demais mortais [2]. Uma revolução nas artes com uma abordagem mais naturalista viria com Akhenaton que redefiniu os dogmas da religião ao promover o culto do deus único Aton, deus do sol e mudou a capital para Tell El Amarna por um período curto 1372 a 1354 a.c.[3] desafiando a supremacia de Amon, divindade de Tebas.[4] Um dos melhores exemplos desse novo estilo Amarna (de Tell El-Amarna) são os relevos do túmulo de Horemheb general do exército da XVIII Dinastia, o que mostra o que foi uma das fases mais ricas da arte egípcia.[5]  Segundo Paul Johnson: “já prefigurado em Tebas, o estilo Amarna marca uma ruptura abrupta com a imobilidade e a eternidade tão características da estatutária e da arte egípcia em geral em todas as épocas [...] Akhenaton é mostrado em estado de felicidade doméstica, abraçando sua esposa, Nefertiti e brincando com suas pequenas filhas, em um estilo simultaneamente naturalista quanto à temática e amaneirado no tratamento”.[6] Esta postura do faraó representa para Paul Johnson uma afronta as convenções de representação imponente do faraó “um inegável ataque à apresentação magistral de maat como uma hierarquia organizada que estabelecia a verdadeira essência do estilo egípcio”.[7]

[1]SHAFER, Byron. As religiões no Antigo Egito, São Paulo: Nova Alexandria, 2002, p. 84

[2]CASSON, Lionel. O antigo Egito. Rio de Janeiro:José Olympio, 1969, p.132

[3]EYDOUX, Henri Paul. Á procura dos mundos perdidos, São Paulo:Melhoramentos, 1967, p. 26; SHAFER, Byron. As religiões no Antigo Egito, São Paulo: Nova Alexandria, 2002, p. 100

[4]WEST, John Anthony. The traveler’s key to ancient Egypt, New York:Quest, 2012, p. 216

[5]CASSON, Lionel. O antigo Egito. Rio de Janeiro:José Olympio, 1969, p.135

[6]JOHNSON, Paul. História Ilustrada do Egito. Rio de Janeiro:Ediouro, 2002, p. 145

[7]JOHNSON, Paul. História Ilustrada do Egito. Rio de Janeiro:Ediouro, 2002, p. 294



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