No século VII a.c Nabucodonosor construiu os
chamados jardins suspensos da Babilônia que eram mantidos úmido por
dispositivos semelhantes ao parafuso de Arquimedes (que apareceria setecentos
anos depois) movimentados por escravos e que puxavam para cima a água do
Eufrates.[1] Sprague de Camp observa que o termo “suspensos” parece equivocado pois dá a
impressão de que os jardins sejam suspensos por algum tipo de correia o que não
é o caso [2].
M. Drower sugere que os jardins ditos suspensos foram possivelmente construídos sobre uma
adega abobadada na qual havia um poço, operado possivelmente por uma corrente
de baldes ou roda d'água que irrigava o jardim. O teto desta adega era
revestimento de betume para ser à prova dágua, acima do qual eram plantadas
árvores.[3]. Elizabeth Romer sugere que o termo “suspensos” possivelmente é uma tradução
equivocada do grego.[4] Na descrição de Filo: “O chamado jardim
Suspenso com suas plantas acima do chão cresce no ar. As raízes das árvores
acima formam um teto sobre o chão. Pilares de pedra erguem-se sob o jardim de
forma a sustentá-lo e toda a área abaixo do jardim é ocupada pelas bases
entalhadas das pilastras”.[5] Em uma das versões a obra teria sido construída no reinado de Nabucodonosor como
presente a uma esposa Amytis da Média com intuito de oferecer um cenário que
lembrasse sua região de origem [6],
os jardins eram erguidos em grandes colunas de 65 metros de altura nas
cercanias do palácio e sob terraços com 130 metros de lado [7].
Os jardins suspensos da Babilônia descritos por historiadores como Diodoro da
Sicília, contudo, não foram encontrados nas ruínas da antiga Babilônia,
tampouco nenhum texto babilônico os cita [8].
Diodoro nega uma segunda versão na qual os jardins suspensos teriam sido
construídos pela rainha Semíramis. Josefo, Diodoro e Filo mencionam a presença
de máquinas de irrigação que extraíam a água do rio sob pressão e era elevada
por meio de uma hélice para depois seguia um curso descendente irrigando o
jardim. Os jardins suspensos foram descobertos em 1899 pelo arqueólogo Robert
Koldewey [9],
porém pesquisas posteriores não confirmaram a descoberta, principalmente pelo
fato de que estava muito afastado do rio o que tornaria o transporte de água
para o jardim uma tarefa hercúlea e improvável.[10] No desenho de Marteen van Heemskerck do século XVI pode-se ver ao fundo, à
direita, os jardins da Babilônia.
[1]TERESI, Dick.
Descobertas perdidas, São Paulo:Cia das Letras, 2008, p.318
[2]CAMP, L. Sprague de. The ancient engineers, New York: Ballantine Books,
1963, p. 68
[3] DROWER, M. Water supply,
irrigation and agriculture, In: SINGER, Charles; HOLMYARD, E. A history of technology,
v.I, Oxford, 1956, p.551
[4] ROMER, Elizabeth. As
sete maravilhas do mundo, São Paulo:Melhoramentos, 1996, p.122
[5] ROMER, Elizabeth. As
sete maravilhas do mundo, São Paulo:Melhoramentos, 1996, p.120
[6] EYDOUX, Henri Paul. Á
procura dos mundos perdidos, São Paulo:Melhoramentos, 1967, p. 56
[7] NEUBERT, Otto. O vale
dos reis, Belo Horizonte:Itatiaia, 1962, p.307
[8] AMIET, Pierre. Babilônia. Readers's Digest. As grandes civilizações
desaparecidas, Lisboa:1981, p.120, 123
[9] CERAM, Walter. Deuses,
túmulos e sábios, Rio de Janeiro:Bib. Exército, 1971, p.252
[10] ROMER, Elizabeth. As sete maravilhas do mundo, São Paulo:Melhoramentos, 1996, p.124
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