terça-feira, 8 de dezembro de 2020

Jardins suspensos da Babilônia

No século VII a.c Nabucodonosor construiu os chamados jardins suspensos da Babilônia que eram mantidos úmido por dispositivos semelhantes ao parafuso de Arquimedes (que apareceria setecentos anos depois) movimentados por escravos e que puxavam para cima a água do Eufrates.[1] Sprague de Camp observa que o termo “suspensos” parece equivocado pois dá a impressão de que os jardins sejam suspensos por algum tipo de correia o que não é o caso [2]. M. Drower sugere que os jardins ditos suspensos  foram possivelmente construídos sobre uma adega abobadada na qual havia um poço, operado possivelmente por uma corrente de baldes ou roda d'água que irrigava o jardim. O teto desta adega era revestimento de betume para ser à prova dágua, acima do qual eram plantadas árvores.[3]. Elizabeth Romer sugere que o termo “suspensos” possivelmente é uma tradução equivocada do grego.[4] Na descrição de Filo: “O chamado jardim Suspenso com suas plantas acima do chão cresce no ar. As raízes das árvores acima formam um teto sobre o chão. Pilares de pedra erguem-se sob o jardim de forma a sustentá-lo e toda a área abaixo do jardim é ocupada pelas bases entalhadas das pilastras”.[5] Em uma das versões a obra teria sido construída no reinado de Nabucodonosor como presente a uma esposa Amytis da Média com intuito de oferecer um cenário que lembrasse sua região de origem [6], os jardins eram erguidos em grandes colunas de 65 metros de altura nas cercanias do palácio e sob terraços com 130 metros de lado [7]. Os jardins suspensos da Babilônia descritos por historiadores como Diodoro da Sicília, contudo, não foram encontrados nas ruínas da antiga Babilônia, tampouco nenhum texto babilônico os cita [8]. Diodoro nega uma segunda versão na qual os jardins suspensos teriam sido construídos pela rainha Semíramis. Josefo, Diodoro e Filo mencionam a presença de máquinas de irrigação que extraíam a água do rio sob pressão e era elevada por meio de uma hélice para depois seguia um curso descendente irrigando o jardim. Os jardins suspensos foram descobertos em 1899 pelo arqueólogo Robert Koldewey [9], porém pesquisas posteriores não confirmaram a descoberta, principalmente pelo fato de que estava muito afastado do rio o que tornaria o transporte de água para o jardim uma tarefa hercúlea e improvável.[10] No desenho de Marteen van Heemskerck do século XVI pode-se ver ao fundo, à direita, os jardins da Babilônia.



[1]TERESI, Dick. Descobertas perdidas, São Paulo:Cia das Letras, 2008, p.318

[2]CAMP, L. Sprague de. The ancient engineers, New York: Ballantine Books, 1963, p. 68

[3] DROWER, M. Water supply, irrigation and agriculture, In: SINGER, Charles; HOLMYARD, E. A history of technology, v.I, Oxford, 1956, p.551

[4] ROMER, Elizabeth. As sete maravilhas do mundo, São Paulo:Melhoramentos, 1996, p.122

[5] ROMER, Elizabeth. As sete maravilhas do mundo, São Paulo:Melhoramentos, 1996, p.120

[6] EYDOUX, Henri Paul. Á procura dos mundos perdidos, São Paulo:Melhoramentos, 1967, p. 56

[7] NEUBERT, Otto. O vale dos reis, Belo Horizonte:Itatiaia, 1962, p.307

[8] AMIET, Pierre. Babilônia. Readers's Digest. As grandes civilizações desaparecidas, Lisboa:1981, p.120, 123

[9] CERAM, Walter. Deuses, túmulos e sábios, Rio de Janeiro:Bib. Exército, 1971, p.252

[10] ROMER, Elizabeth. As sete maravilhas do mundo, São Paulo:Melhoramentos, 1996, p.124 



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