Ao
final do século XVIII acumulam-se reclamações contra a má qualidade do açúcar
branco brasileiro e diversas formas de fraude, como a mistura dos dois tipos de
açúcar na mesma caixa e mesmo a inclusão de pedras [1].
Diante de tantas fraudes na pesagem o governo central determina em 1657 que as
caixas de açúcar comecem a ser marcadas e numeradas consecutivamente de modo a
certificar a qualidade do produto. Tal como as marcações do gado as marcas
usadas nas caixas de açúcar usavam combinações das iniciais do nome do senhor
de engenho. A Companhia Geral do Maranhão criada em 1682 impõe um regime de
monopólios. Segundo João Francisco Lisboa: “os
administradores não só faltaram às diversas obrigações a que se haviam
sujeitado como se demasiaram em toda a casta de roubo e vexações. Os pesos e
medidas que usavam eram falsificados, as fazendas e comestíveis expostos à
venda, da pior qualidade e até corruptos”.[2] Em 1751 seriam criadas Casas de Inspeção.[3] John Mawe relata a marcação dos fardos de algodão feitos por oficial do governo
como forma de especificar a qualidade do produto exportado.[4] Charles Boxer no seu livro O Império
Colonial Português menciona o depoimento do navegante William Dampier em
visita a Salvador em 1699 em que destaca a qualidade do açúcar do Brasil: “O
açúcar deste país é muito melhor do que o que transportamos para a Inglaterra
vindo de nossas plantações [nas Antilhas], porque todo o açúcar aqui fabricado
é refinado, o que o torna mais branco e mais fino que o nosso mascavado, nome
que damos ao nosso açúcar não refinado”.[5] A figura mostra marcas de caixas de açúcar dos engenhos de Manoel de
Chaves, Cristóvão de Melo, Colégio de Santo Antão de Lisboa, Padres da
Companhia de Jesus da Bahia, Religiosos de Nossa Senhora do Carmo da Bahia e
Gregório Soares[6]
Nenhum comentário:
Postar um comentário