Em 1633 Descartes escrevera a Mersenne dizendo que
desistia de publicar seu tratado sobre o mundo Le Monde ou Traité de la lumière,
diante da condenação de Galileu no mesmo ano. O livro seria publicado apenas em
1664, catorze anos após sua morte em Estocolmo. Em 1663 os livros de Descartes
serão colocados no Index.[1] John
Milton no seu livro Areopagitica após visitar Galileu se queixa que “os
italianos cultos lamentavam o estado de escravião em que a ciência fora
reduzida na sua pátria; era a razão pela qual o espírito italiano, tão vivo,
apagara-se e pela qual há muitos anos tudo aquilo que se escrevia não era mais
do que adulação e banalidades’. [2] A notícia da condenação de Galileu, que foi
interrogado sob ameaça de tortura e teve seu livro Dialogo sopra i due
massimi sistemi del mondo incluído no Index de livros proibidos (do qual
somente foi retirado da lista em 1835) bem como foi condenado a prisão domiciliar,
recebeu ampla publicidade resultante das ordens expressas do papa Urbano que
queria que a condenação de Galileu servisse de exemplo fortalecendo a imagem do
papa como intransigente defensor da fé.[3]
[1]ROSSI, Paolo. O Nascimento da ciência moderna na Europa, Bauru:Edusc, 2001, p. 195
[2]ROSSI, Paolo. O Nascimento da ciência moderna na Europa, Bauru:Edusc, 2001, p. 184
Nenhum comentário:
Postar um comentário