Giordano Bruno, define o conceito de infinitude do
mundo, isto é, a infinitude no sentido da existência de mundos infinitos,
semelhantes ao nosso planeta. Outros planetas habitáveis deverão existir. Se a
causa ou Princípio primeiro é infinito, também o efeito deve sê-lo. Em De l´infinito, universo e mundi de 1584
Bruno apresenta sua concepção de universo infinito e dos incontáveis mundos
existentes. Joe Shackelford após analisar o documento sumário do julgamento de
Bruno perante a Inquisição Romana conclui que ele foi queimado vivo por
insistir em suas herersias entre as quais o ensino sobre a pluralidade dos
mundos.[1] Para
Frances Yates “o salto para cima que
Bruno deu, através das esferas, para chegar num universo infinito, embora deva
ser interpretado como a experiência de um mago gnóstico, foi ao mesmo tempo um
exercício de imaginação especulativa que pressagiou o advento de novas concepções
do mundo [...] mesmo as obras mais estranhas e formidavelmente obscuras de
Bruno, que tratam da sua arte mágica da memória, podem ser pressagiadoras, no
plano hermético, dos esforços feitos no século XVII para se chegar a um método”.[2] Para
Giordano Bruno o copernicanismo abre uma nova concepção de mundo: “Esta é
uma filosofia que abre os sentidos, satisfaz o espírito, exalta a inteligência
e conduz o homem à verdadeira felicidade, que se pode alcançar como ser humano”.[3] O conceito de
infinito, contudo, já havia sido afirmado claramente pelo cardeal católico e
humanista Nicolau de Cusa (1401-1464): “O
universo tem o seu centro em todos os lugares e o seu limite em lugar nenhum”.
Para George Sarton, Nicolau de Cusa “é um
excelente símbolo da transição entre a idade média e a nova era”.[4] Para
Frances Yates a magia da Renascença promoveu transformações fundamentais no
modo de pensar do homem:[5] “Giordano Bruno é o resultado direto e
lógico da glorificação renascentista do Homem como o grande Milagre, divino
pela sua origem, capaz de voltar a ser divino e com poderes divinos residentes
e si. Ele é, em suma, um produto do hermetismo renascentista”.[6] Em Eroici furori Giordano Bruno destaca que o divino espírito pode
entrar numa pessoa ignorante tornando-a inspirada, sem que ela compreenda tal
inspiração como também pode estar presente nos grandes artífices: “os primeiros são dignos, como o asno que
carrega os sacramentos; e os segundo são como a coisa sagrada, divinos”.[7] Em seu
hermetismo Bruno destacava que a Verdade pode ser alcançada sem o recurso à
experiência: “pode-se ver melhor fechando
os olhos à espécie representada do que abrindo-os, e, portanto a teologia
negativa de Pitágoras e de Dionísio é mais célebre do que a teologia
demonstrativa de Aristóteles e dos doutores escolásticos” o quais Bruno
pode questionar diretamente quando na Universidade de Oxford.[8] Em De imaginum compositione Giordano Bruno
expõe sua teoria da imaginação e não a experimentação como o principal
instrumento do processo mágico e religioso.[9]
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