Para Daniel Boorstin: “Foi por volta
de 1330 que a hora se tornou na nossa hora moderna, uma das 24 partes iguais do
dia. Media-se pelo tempo entre um meio dia e o seguinte, ou, mais precisamente,
pelo que os astrônomos modernos chamam de tempo solar médio. Pela primeria vez
na história, uma “hora” adquiria em toda a parte e ao longo de todo o ano um
significado preciso”. Ainda assim durante todo o seculo XIV ainda era muito
raro os relógios dos campanários terem mostradores de horas uma vez que sua
função era a de soar as horas, uma das exceções era o da Catedral de São Paulo
(1344) em Londres[1] Em Paris o primeiro relógio público foi construído em 1300 por Pierre Pipelart.[2] No século
XIV se observa a multiplicação dos relógios mecânicos com os encontrados em
Rouen (1379), Salisbury (1386) e Wellls (1392) e do Palacio de Justiça de Paris [3]. Os relógios
mecânicos foram instalados nas torres e catedrais em Paris (1300), Milão (1309),
Caen (1314), Florença (1325), Londres (1326), Pádua (1344), Gênova (1325),
Bolonha (1356), Siena (1359). O relógio da Catedral de Salisbury, de 1386, é
considerado o mais antigo relógio moderno ainda em funcionamento no mundo. O
relógio de Salisbury (foto) foi feito sem uma única rosca de parafuso, toda sua
estrutura foi unida por rebites.[4] O tempo
teológico é banido pelo tempo tecnológico, o tempo que antes era patrimônio de
Deus agora é patrimônio da pessoa humana. Segundo Leon Alberti: “existem
três coisas que o homem pode definir como suas: a alma, o corpo e o tempo, a
coisa mais preciosa [...] tudo o que se perde pode ser recuperado, mesmo o
tempo”.[5] Na metade do século XIV o costume de dividir as horas em 60 minutos e 60
segundos já havia se tornado um padrão. Em Praga o Orloj, relógio astronômico,
foi construído em 1410.
[1]BOORSTIN, Daniel. Os descobridores,
Rio de Janeiro:Civilização Brasileira, 1989, p.49
[2]GIMPEL, Jean. A
revolução industrial da Idade Média, Rio de Janeiro:Zahar, 1977, p.130
[3]DELUMEAU, Jean. A
civilização do Renascimento, Lisboa:Estampa, 1984, v.I, p.152, 175
[4]BOORSTIN, Daniel. Os
descobridores, Rio de Janeiro:Civilização Brasileira, 1989, p.73
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