Invenção da roda

Carroll Quigley indica a roda como invenção da Mesopotâmia por volta de 4000 a.c. encontrada em Hassuna que mostra uma roda raiada num pedaço de cerâmica. A roda era adaptável à sua ampla e nivelada superfície da planície aluvial da Mesopotâmia do que por exemplo à estreita faixa rochosa do Egito.[1] Gordon Childe mostra a figura de um trenó encontrada em um tablete de argila da Mesopotâmia em um templo de Ianna na Suméria datado de 3500 a.c.[2]. Diversos túmulos reais em Kish, Susa e Ur mostram carruagens funerárias representadas como no padrão de Ur datado de 2500 a.c.[3] Em sedimentos que datam de 3200 a.c. na cidade de Uruk foram encontrados pictogramas de trenós sob rodas, uma das mais antigas representações do uso da roda. [4] Veículos de rodas são representados no Norte da Síria em 3000 a.c. [5] Modelos em Gawra mostram carroças de duas a quatro rodas datados de 3000 a.c. Gordon Childe lista a presença de rodas na Suméria em 3500 a.c., no Elam na Assíria em 3000 a.c, nas estepes da Ásia Central e no vale do Indo em 2250 a.c. [6], no Orontes no sul da Rússia  e em Creta em 2000 a.c., na Anatólia Central em 1800 a.c., no Egito e Palestina em 1600 a.c. (Não há registro da presença de rodas na época da construção das pirâmides de Gizé na IV dinastia. As primeiras rodas sólidas são representações da VI Dinastia em diante. Rodas raiadas são observadas em pintura em tumba em Tebas na tumba de Ahhotep, mãe de Amosis, o primeiro faraó da XVIII dinastia [7]), na Grécia e Georgia em 1500 a,c, na China em 1300 a.c., no norte da \Itália em 1000 a.c., na Grã Bretanha em 500 a.c. [8]. A roda com barra transversal da Idade do Bronze feita em madeira com raios encontrada no século XIX em Mercurago (Itália) (na foto) é um exemplo de roda que representa uma transição [9] entre diferentes inovações técnicas estimuladas pela difusão de carros de guerra de tração animal na Europa durante o terceiro e segundo milênios a.C. Trata-se de uma roda tripartida, com uma barra transversal e quatro hastes mais finas partindo da barra transversal perto do cubo e terminando eixo central.[10]

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[1]QUIGLEY, Carroll. A evolução das civilizações, Rio de Janeiro: Fundo de Cultura, 1961, p.157

[2]CHILDE, Gordon. Rotary motion. SINGER, Charles; HOLMYARD, E. A history of technology, v.I. Oxford Clarendon Press, 1958, p.206

[3]CHILDE, Gordon. Rotary motion. SINGER, Charles; HOLMYARD, E. A history of technology, v.I. Oxford Clarendon Press, 1958, p.206

[4]FAGAN, Brian. Los setenta grandes inventos y descobrimentos del mundo antiguo, Barcelona:Blume, 2005, p. 135

[5]CHILDE, Gordon. A evolução cultural do homem, Rio de Janeiro:Zahar, 1966, p.128

[6]CHILDE, Gordon. O que aconteceu na história, Rio de Janeiro:Zahar, 1977, p.86

[7]https://www.encyclopedia.com/history/news-wires-white-papers-and-books/wheeled-vehicles

[8]CHILDE, Gordon. Rotary motion. SINGER, Charles; HOLMYARD, E. A history of technology, v.I. Oxford Clarendon Press, 1958, p.211

[9]CHILDE, Gordon. Rotary motion. SINGER, Charles; HOLMYARD, E. A history of technology, v.I. Oxford Clarendon Press, 1958, p.214

[10]MAZZU, Angelo. An engineering investigation on the Bronze Age crossbar wheel of Mercurago, Journal of Archaeological Science: Reports, Volume 15, October 2017, p. 138-149