Em 1795 a proibição à indústria na colônia é atenuada ao se permitir a instalação de forjas para fabricação do ferro necessário para produzir as ferramentas para a extração do ouro, contudo, somente após o período colonial que a siderurgia irá se desenvolver.[1] Afonso Sardinha em 1590 já havia iniciado a exploração de mina de ferro em Biraçoaiaba com dois pequenos fornos tratando diretamente o minério.[2] Em 1609 foi organizada uma sociedade para exploração de minas de ferro em Santo Amaro possivelmente com uso de forjas catalãs.[3] Pedro Tacques em História da Capitania de São Vicente se refere ao funcionamento de uma fábrica em 1776 para extração de ferro na Serra a Araçoaiaba / Biraçoiaba [4] no entanto segundo depoimento de Domingos Ferreira Pereira de fato, não foi estabelecida uma fábrica; quando muito, um ou dois pequenos fornos que pouco ou nada produziram, pois as experiências se limitaram às amostras enviadas a Portugal. [5] Em 1780 o governador Rodrigo José de Menezes de Vila Rica encaminhou à metrópole um pedido para o estabelecimento de uma fábrica de ferro mas teve seu pedido negado. Com a vinda da família real o Ministro Sousa Coutinho irá incentivar a vinda de técnicos estrangeiros como Eschwege que viria a fundar a Fábrica Patriótica em Congonhas do Campo em 1812 e ao alemão Varnhagen com a Real Fábrica de São João do Ipanema em 1821 visando a implantação da siderurgia no Brasil.[6]
[1] TELLES, Pedro Carlos da
Silva. História da Engenharia no Brasil: séculos XVI a XIX, Rio de
Janeiro:Clube de Engenharia, 1994, p.18, 70
[2] BRITO, José Gabriel Lemos. Pontos de partida para a história econômica do
Brasil. Brasiliana v. 155, São Paulo:Cia Editora Nacional, 1980, p.115
[3] LIMA, Heitor Ferreira, Formação
Industrial do Brasil, período colonial, Rio de Janeiro: ED. Fundo de Cultura, 1961,
p. 123
[4] LIMA, Heitor Ferreira, Formação
Industrial do Brasil, período colonial, Rio de Janeiro: ED. Fundo de Cultura,
1961, p. 131
[5] FRANÇA,
Eduardo d'Oliveira. As minas de ferro em Biraçoiaba (São Paulo. Séculos
XVI-XVII-XVIII). In: SIMPÓSIO DOS PROFESSORES UNIVERSITÁRIOS DE HISTÓRIA, 3.,
1965, Franca. Anais do III Simpósio dos Professores Universitários de História.
São Paulo: FFCL-USP, 1967, p. 247-248. Intervenção do simposista. https://anpuh.org.br/uploads/anais-simposios/pdf/2018-12/1543951552_355614b54770ed4382f2f5cf33980b28.pdf
Nenhum comentário:
Postar um comentário