Os henges são círculos de grandes rochas com orientação astronômica ou funerária da cultura Windmill [1]. As pedras azuis do círculo interno foram trazidas de uma pedreira localizada a 40 quilômetros de distância [2] de Marlborough Downs [3], enquanto que as demais pedras dos círculos externos foram extraídas dos rochedos do sul do País de Gales, em Preseli HIlls [4] a 240 quilômetros [5] e transportados ao longo do rio Avon até a planície de Salisbury onde fica Stonehenge.[6] Thor Heyerdahl demonstrou técnica similar para construção e movimentação dos grandes monólitos na Ilha de Páscoa [7] descobertos por Jakob Roggeveen em 1722. Os linteis que se posicionam horizontal acima de dois megalitos ao longo do chamado círculo de Sarsen mostram encaixes cavados na sua face interior.[8] Seton Lloyd observa que Stonehenge é uma cópia de estrutura em madeira escavada em Woodhenge nos arredores de Stonehenge. Para sua construção, possivelmente foram feitos poços para o encaixe dos tenons para que assumissem posição vertical em um movimento que H. Stone estima que seriam necessárias a força de 180 homens. Uma rampa em madeira teria sido usada para se arrastar os linteis para posição horizontal no topo até o encaixe na junção. Algumas pedras foram deslocadas devido a tempestades e furacões, como o que atingiu a região em 1900 que derrubou a pedra 22 do círculo de Sarsen. No século XIX alguns hoteleiros das cercanias vendiam martelos para que os hóspedes pudessem extrair alguma lasca como recordação. Uma restauração feita em 1958 exigiu um guindaste de 60 toneladas para realizar esse encaixe. Para Stuart Piggott: “o monumento indica autoridade unificada e, mesmo, pessoal, não só pela concepção e realização da obra arquitetônica, mas pelo prestígio e pelo poder que podiam exigir uma tamanha força laboral e tão grande capacidade técnica, mesmo que essa exigência se restringisse a períodos curtos ou sazonais, ao longo de muitos anos. A continuidade da construção e reconstrução no mesmo sítio durante, provavelmente, mais de cinco séculos, prova uma continuidade similar de tradição e autoridade. Dificilmente podemos imaginar estas qualidades compatíveis com uma estrutura de barbarismo rudimentar, mas bem podiam existir numa estrutura de obrigações graduadas, numa sociedade com chefe, aristocracia, homens livres, tal como conhecemos na Europa dos finais da pré história e começo da história”.[9]
[1]Grande História
Universal: o princípio da civilização, Barcelona:Folio, 2001, p.65
[2]McCLELLAN III, James; DORN, Harold. Science and technology on world
history: an introduction. The
Johns Hopkins University Press, 1999, p.25
[3]NIEL, Fernand.
Stonehenge, templo misterioso da pré história, São Paulo:Hemus, 1974, p.207
[4]MORTIMER, Ian. Séculos
de transformações. Rio de Janeiro:DIFEL, 2018, p. 103
[5]FAGAN, Brian. Los
setenta grandes inventos y descobrimentos del mundo antiguo, Barcelona:Blume,
2005, p. 66
[6]WESTWOOD, Jenifer.
Lugares Misteriosos, Vol. 1, São Paulo:Ediciones del Prado, 1995, p. 26
[7]BONILLA, Luis. Breve
historia de la técnica y del trabajo, Madrid:Ed. Istmo,1975, p.28;
https://www.youtube.com/watch?v=SnKyRM9_1Bk
[8]NIEL, Fernand.
Stonehenge, templo misterioso da pré história, São Paulo:Hemus, 1974, p.38,
207, 208; LLOYD, Seton. Building in brick and
stone.In: SINGER, Charles; HOLMYARD, E. A history of technology, v.I, Oxford,
1956, p.493
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