domingo, 4 de outubro de 2020

Vidro no Brasil

 

Em 1808 o baiano Francisco Inácio de Sequeira Nobre solicitou ao Príncipe Regente autorização para construção de uma tecelagem mas ao final conseguiu autorização para construção de uma fábrica de vidro por meio de um Alvará de julho de 1810. Mesmo contra as leis de proibição de emigração de artesãos da Inglaterra na época, o industrial teria ido à Inglaterra contratar contratar “vários artistas e entre eles alguns peritos e destros em manufatura de vidros e os trouxera com grande despesa e risco, por ser ali defeso sob graves penas aliciar e conduzir para fora dos três reinos Unidos (Inglaterra, Escócia e Irlanda) fabricante algum”. Em maio de 1811 o periódico A idade d’ Ouro no Brasil informa que a fábrica estava em pleno funcionamento. Em 1816 a fábrica inicialmente instalada na Cidade Baixa e posteriormente transferida para o cais do Bonfim forneceu 80 mil luminárias para o aniversário de D. João VI. A fábrica funcionava com mão de obra escrava treinada pelos artífices ingleses.[1] Gilberto Freyre mostra que para promover a venda de vidro inglês no Brasil do século XIX um decreto de D. João ordenou a destruição de gelosias (também conhecida com rótula, uma espécie de grade de ripas de madeira, de malha pouco aberta, que guarnecia algumas janelas e portas a fim de impedir que a luz e o calor excessivos penetrem no interior da casa, e que este seja devassado da rua, ou seja, que permite ver sem ser visto) sob a alegação que se prestavam ao esconderijo de assassinos.[2]



[1]LAGO, Pedro Correa. Brasiliana IHGB 175 anos, Rio de Janeiro:Capivara, 2014, p. 85

[2]CALDEIRA, Jorge. A nação mercantilista, São Paulo:Ed. 34, 1999, p. 330



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