Segundo Richard Leakey um primata não se aventuraria no novo ambiente das savanas, deixando a floresta, a não ser que estivesse devidamente equipado com caninos afiados embora defenda a tese de que a posse de ferramentas viria a ocorrer já muito depois do bipedismo, a não ser que se deseje propor uma cultura de bastões de madeira perdidos no registro arqueológico[1]. Os instrumentos de madeira construídos pelo homem pré histórico devem ter sido muito comuns, porém, somente em casos raros foram preservados, como por exemplo em Clacton on Sea em Essex na Inglaterra[2], uma lança data de 300 mil anos possivelmente utilizada como lança.[3] Uma espécie similar foi encontrada na Alemanha. Yuval Harrai observa que artefatos de madeira, bambu ou couro deveriam ter sido bastante comuns a ponto de ser mais adequado chamar a idade da pedra de idade da madeira [4]. Louis Leakey destaca que possivelmente a madeira exerceu um papel muito importante na vida do paleolítico porém tais artefatos são conservados apenas em condições excepcionais[5]. Os primeiros registros de utensílios de pedra datam de 2,5 milhões de anos[6]. Três características fundamentais marcam esse desenvolvimento evolucionário: o bipedismo, o desenvolvimento do cérebro e o emprego de utensílios em um processo de realimentação positiva.[7]
[1]LEAKEY, Richard; LEWIN,
Roger. O povo do lago, Brasília:UNB, 1988, p.32, 37
[2]MANDUIT, J.A. Quarenta
mil anos de arte moderna. Belo
Horizonte:Itatiaia, 1959, p.57; LEAKEY, L. Working stone, bone and wood, In: SINGER, Charles; HOLMYARD,
E. A history of technology, Oxford Clarendon Press, 1958, v. I. p. 141
[3]GOWLETT, John.
Arqueologia das primeiras culturas. Barcelona:Folio, 2008, p.94
[4]HARARI, Yuval. Sapiens:
Uma breve história da humanidade, Porto Alegre, L&PM, 201, p.31, 51
[5]LEAKEY, L. Working stone, bone and
wood, In: SINGER, Charles; HOLMYARD, E. A history of technology, Oxford
Clarendon Press, 1958, v. I. p. 128
[6]LEAKEY, Richard; LEWIN, Roger. O povo do lago, Brasília:UNB, 1988, p.47
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