As tintas no paleolítico

 

As pinturas da gruta Chauvet perto de Avignon datam de 32 mil a.c. e tem sido levantada a hipótese, devido a sua antiguidade de terem sido realizadas por neandertais[1]. As dúidas quanto a datação foram desfeitas quando se descobriu uma marca de tocha de 26 mil anos numa pedra de calcita que recobria os desenhos, e, portanto, seria de datação posterior.[2] Um estudo de 2018 comprovou a pintura de desenhos vermelhos na caverna de La Pasiega (Cantabria), uma gravação de mão em Maltravieso (Extremadura), e uma pintura vermelha em Ardales (Andalucía) com datação de 64,8 mil anos atrás o que significa mais de 20 mil antes da chegada do homo sapiens na Europa [3]. As evidências das pinturas na Espanha confirmam que os Neandertais compartilhavam um pensamento simbólico com os humanos modernos.[4] As pinturas vermelhas denotam o domínio pelos neandertais da extração de pós minerais de blocos de óxido de manganês, produtos usados não somente na pintura de cavernas, mas também no tingimento de tecidos[5]. Em Lascaux foram encontrados óxido de manganês para as cores marrom e azul escuro. Para o amarelo era usado carbonato de ferro[6] Na caverna da Cougnac na França foram encontrados restos de pigmento negro feitos com óxido de magnésio ou carvão vegetal. Os minerais eram moídos e misturados  com gordura animal ou vegetal usados como adesivos.[7] Segundo Maudit: “O homo sapiens é, o que nos interessa aqui, o criador da Arte, o primeiro que modificou a matéria para dar forma à sua visão de mundo”.[8]

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[1]WRIGHT, Ronald. Uma breve história do progresso, São Paulo:Record, 2007, p.167

[2]MILLER, Russel. A verdade por trás da história: as novas revelações que estão mudando nossa visão do passado. Rio de Janeiro:Reader’s Digest, 2006, p.33

[3]HOFFMAN, Dirk. et al. U-Th dating of carbonate crusts reveals Neandertal origin of Iberian cave art, Science, 23 feb 2018, v.359, i.6378, p.912-915 http://science.sciencemag.org/content/359/6378/912

[4]http://www.saberatualizado.com.br/2018/02/neandertais-tambem-faziam-arte-possuiam.html

[5]TATON, René. A ciência moderna: o Renascimento, tomo II, v.I, São Paulo:Difusão, 1960, p. 127

[6]LEAKEY, Louis. Graphic and plastic arts. In: SINGER, Charles; HOLMYARD, E. A history of technology, Oxford Clarendon Press, v.I, 1958, p. 147

[7]FAGAN, Brian. Los setenta grandes inventos y descobrimentos del mundo antiguo, Barcelona:Blume, 2005, p. 219

[8]MANDUIT, J.A. Quarenta mil anos de arte moderna. Belo Horizonte:Itatiaia, 1959, p.62