Francis Bacon referindo-se a imprensa, a
pólvora e a bússola destaca as mudanças que se seguiram em todo o mundo, a
primeira nas letras, a segunda na arte militar e a terceira na navegação. Por
outro, lado o próprio Francis Bacon reconhece que as grandes invenções como os
canhões, a seda ou a bússola foram frutos do acaso “todas as descobertas, dignas de serem
consideradas como mais nobres, quando bem examinadas, não poderão ser tomadas
como o resultado do desenvolvimento gradual e da extensão, mas do acaso [..] tais
inventos e outros semelhantes
permaneceram ignorados pelos homens por tantos séculos e não foram descobertos
pelas artes, mas graças ao acaso e oportunidade”.[1] Nathan Rosenberg observa que as três invenções mencionadas por Francis Bacon
não foram invenções da Europa mas possivelmente da China, o que mostra que
muito mais importante do que a invenção em si está o processo de difusão e transferência
e absorção dessa tecnologia. Ou seja, o traço cosmopolita do europeu receptivo
às invenções do estrangeiro e o desenvolvimento de uma capacitação local foram
fundamentais para absorção dessas tecnologias: “Pode-se argumentar seriamente, que, em
termos históricos, a receptividade europeia a novas tecnologias e a capacidade
de assimilá-las, quaisquer que fossem suas origens, foi tão importante quanto à
sua própria inventividade”[2].
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