quinta-feira, 3 de setembro de 2020

Cruzeiro do Sul

 

Com conhecimentos em astronomia, o piloto judeu espanhol João Faras conhecido como Mestre João da frota de Pedro Álvares Cabral calculou as coordenadas do Cruzeiro do Sul e, segundo o astrônomo do século XIX Amedee Guillemin, o Mestre João teria observado o cometa Astone conhecido na Itália como “il Signor Astone” “A Grande Haste” em 12 de maio de 1500 logo depois da descoberta do Brasil. Existe menção do mesmo cometa na Europa e China.[1] Em um dos trechos da carta de Mestre João, descoberta em 1843 pelo historiador Francisco Adolfo de Varnhagen e escrita na atual Baía Cabrália, onde o  astrônomo realizou os primeiros estudos astronômicos no Brasil, ele descreve a constelação do Cruzeiro do Sul conhecida desde a Grécia Antiga, e sugere ao rei que peça um mapa onde veria a localização das terras onde eles estavam, o que faria crer que os portugueses já conheciam o território brasileiro. Em 1455 o navegador veneziano em Alvise Cadamosto registrou o que chamou de carro dell’ostro (“carruagem do sul”) possivelmente se referindo ao Cruzeiro do Sul ainda que sua descrição seja imprecisa. A descrição do Mestre João em 1500 é considerada a primeira representação correta feita por um europeu.



[1]MOURÃO, Ronaldo Freitas. Dicionário Enciclopédico de astronomia e astronáutica, Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1987, p. 133



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