A La pascaline (a pascalina) foi a
primeira calculadora mecânica do mundo, planejada por Blaise Pascal em 1642 e
por ele patenteada [1]. A
máquina era formada por discos raiados com os algarismos 0 a 9 cada uma. Para
somar ou subtrair números o operador usava uma agulha para discar (tal como um
telefone de disco) e então discava o número seguinte.[2] O matemático Sanuel Morland em 1666 também inventou uma máquina aritmética,
similar a pascalina, cujo exemplar se encontra no Museu de Ciências em South
Kesington.[3] Leibniz por sua vez inventou a Stepped Reckoner [4] entre 1671 e 1694 também baseada em tambores rotativos para realizar as quatro
operações elementares da matemática, embora tenha feito apenas dois protótipos,
um dos quais se encontra no Deutsches Museum em Munique.[5] A máquina de calcular de Leibniz usava a representação binária para os números
e era baseada em um sistema de rodas concêntricas que se aproximava do sistema
proposto pelo alquimista Raimundo Lulio e por Giordano Bruno para compilação de
todo o conhecimento humano. Segundo Frances Yates: “As muitas ligações curiosas entre Bruno e Leibniz, quando plenamente
exploradas, podem constituir um dos melhores meios de observar as transições do
ocultismo renascentista para a ciência do século XVII”.[6] A invenção de máquinas então alimentava a ideia de progresso e o cientificismo
de pesquisadores como Pascal que no prefácio da História da Renovação da
Academia Real de Ciências em 1702 escreve sobre o destino da ciência de “inventar máquinas novas e rápidas, que
simplificarão e facilitarão o nosso trabalho, de combinar a aplicação sagaz de
vários agentes ou materiais que nos garantam produtos novos e benfazejos de que
possamos servi-nos aumentando assim o conjunto das riquezas, isto é, das coisas
úteis às comodidades de nossa existência”.[7]
[1]TURNER, Anthony. Not to hurt trade: guilds and innovation in horology
and precision instrument making. In EPSTEIN, Stephan; PRAK, Maarten. Guilds,
innovation and the european economy, 1400-1800, Cambridge University Press,
2008, p.280
[2]ISAACSON, Walter. Os
inovadores: uma biografia da revolução digital, São Paulo: Cia das Letras,
2014, p. 31
[3]MOUSNIER, Roland. História Geral das Civilizações: os séculos XVI e XVII: os progressos da civilização europeia, tomo IV, v.1, São Paulo:Difusão Europeia, 1967, p.362, https://en.wikipedia.org/wiki/Samuel_Morland
[4]https://en.wikipedia.org/wiki/Stepped_Reckoner
[5]http://www.xnumber.com/xnumber/mechanical1.htm
[6]GILLISPIE, Charles.
Dicionário de biografias científicas, Rio de Janeiro:Contraponto, 2007, p. 373;
STRATHERN, Paul. O sonho de Mendeleiev: a verdadeira história da química, Rio
de Janeiro:Zahar, 2002, p.100
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