Em Dodona
localizava-se o oráculo mais antigo da Grécia, mencionado nos capítulo II e XVI
da Ilíada e nos capítulos XIV e XIX da Odisseia de Homero em que Aquiles teria consultado
o oráculo para louvar Zeus antes da Guerra de Troia. Homero chamou seus intérpetes
do oráculo, de sacerdotes de selos (selloi), os "de pés não lavados,
dormindo no chão". As profecias eram obtidas pela leitura e interpretação
das folhas caídas das árvores sagradas de carvalho.[1] Em
Dodona as respostas eram dadas pelos carvalhos. Diodoro da Sícila narra que o
oráculo de Dodona e o de Amon na Líbia tinham sido fundados por duas profetizas
roubadas pelos fenícios e vendidas uma na Líbia e outra na Grécia o que
confirmaria a lenda pela qual duas pombas saíram de Tebas no Egito vindo a
pousar nestas duas cidades para ordenar que se construísse um oráculo nestes
lugares[2]. Nietzsche
destaca que o encantamento da pitonisa era uma forma primitiva de poesia que
não se limitava a anunciar uma previsão do futuro: “Se os oráculos se exprimiam também em verso – os gregos diziam que o
hexâmetro tinha sido inventado em Delfos – é porque o ritmo, ainda nesse caso,
devia exercer alguma coação. Interrogar o oráculo, isso significa
primitivamente segundo a etimologia provável da palavra “profecia”, tornar
certo o aleatório, julga-se poder coagir o futuro conquistando Apolo para sua
causa: ele, que, segundo a representação antiga, é muito mais que um deus que
prevê o futuro”.[3]
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