O homem é capaz de observar o funcionamento das ferramentas e
aperfeiçoá-la, ou seja, ele possui a capacidade de inventar. Pierre Leroy
observa que não é a capacidade artesanal de fabricar utensílios que permite o
reconhecimento indubitável de um fóssil humano. Enquanto o animal abandona o
utensílio após satisfeitas suas necessidades imediatas, o homem possui a
capacidade de prever o futuro por isso fabrica utensílios duradouros. Benjamin
Franklin se refere ao homem como “animal
fabricante de ferramentas”[1]. Somente o poder de
abstração permite fazer e conservar o fogo, coisa que o animal não é capaz. Segundo
Aristóteles a arte consiste na concepção
do resultado a ser produzido antes de sua realização material e nesse sentido no homem se distingue dos
animais (De partibus animalium).[2] Para Carleton Coon o
domínio do fogo é o que distingue o homem dos demais animais[3]. Segundo Jean Piveteau: “Não é porque fabrica artefatos que o homo
habilis já é humano. Achamos hoje que o artefato precede o homem, que é um
fator de hominização porque seu uso desenvolve o cérebro. Então homem porque
fabricante de artefatos ou fabricante de artefatos por ser homem ? A pergunta
continua sem resposta”.[4] Assim o vestígio de fogo é
uma confirmação que se trata de homem e não de um símio.[5]
[1]BRONOWSKI, J. A
escalada do homen, São Paulo:Martins Fontes, 1979, p.116
[2]OAKLEY, Kenneth. Skill as a human
possession. In: SINGER, Charles; HOLMYARD, E. A history of technology, Oxford
Clarendon Press, 1958, p. 14
[3]ROSS, Norman. The epic of man, Life Magazine, 1962, p. 17
[4]BRISSAUD, Jean Marc. As
civilizações pré-históricas. Rio de Janeiro:Ed. Ferni, 1978, p.33
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