sexta-feira, 14 de agosto de 2020

Pritaneu

Plutarco (50-120 a.c.) relata a discussão entre Péricles (495-429 a.c.) e Protágoras (490-420 a.c.) sobre o julgamento de um atleta que durante seu treinamento atirou uma lança que  acabou acertando um outro jovem que vinha correndo em sua direção. A discussão girava em torno de se saber quem teria sido o culpado pelo assassinato, se o lançador ou a lança, ou se poderia ser o caso de uma punição dos deuses. Em Atenas havia um tribunal conhecido como Pritaneu (Prytaneion) para julgamento de crimes praticados por objetos inanimados. Na Segunda Tetralogia de Antífon discute-se a possibilidade do próprio morto ter sido o responsável por ter corrido na direção da lança ou se treinador do atleta porque afinal ele que o havia convocado para iniciar o treinamento. Em outro caso o escultor Glaucias erigiu uma gigantesca estátua de bronze em homenagem ao atleta olímpico Teágenes de Tasos. Segundo Pausâneas[1], após a morte de Teágenes, um de seus inimigos resolveu de vingar de Teágenes e açoitou a estátua que acabou caindo sobre ele matando-o. Seus filhos processaram a estátua por assassinato. O Pritaneu condenou a estátua e esta sentenciada ao exílio sendo lançada ao mar conforme as leis de Draco. No entanto após a condenação a cidade de Tasos atravessou grave seca, e consultado o Oráculo de Delfos souberam que a razão da seca fora a condenação injusta da estátua. Pescadores resgataram então a estátua recolocando-a em seu lugar original  e a seca desapareceu.[2]



 [1] http://ancientolympics.arts.kuleuven.be/sourceEN/D042cEN.html

 [2]COLLINS, Derek. Magia no mundo grego antigo, São Paulo: Madras, 2009, p. 77, 144


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